O Governo português manifestou esta terça-feira “profundas condolências” pela morte na segunda-feira de três soldados franceses no Mali, atingidos por um engenho explosivo, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, expressando “total solidariedade ao governo” francês.

O Governo português manifesta total solidariedade ao Governo da França, em reconhecimento do papel essencial do seu contributo para a estabilização do Mali e da região do Sahel”.

O texto do Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou que “o Governo português condena veementemente qualquer ato terrorista e reitera o seu apoio aos esforços internacionais de combate ao terrorismo”.

Três soldados franceses morreram na segunda-feira no Mali durante uma operação, quando o veículo blindado onde seguiam foi atingido por um engenho explosivo, no centro do país, anunciou o Eliseu.

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A memória de um chefe de brigada e de dois soldados do primeiro regimento de caçadores de Thierville-sur-Meuse, da região de Lorena, um corpo de infantaria treinado para intervenção rápida, foi saudada pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que transmitiu as suas condolências e solidariedade às famílias e camaradas das três vítimas mortais.

França tem destacados mais de 4.000 militares em cinco países do Sahel — Mali, Mauritânia, Chade e Burkina Faso —, com o objetivo de apoiar os exércitos locais e impedir o estabelecimento de jihadistas na região.

A operação, apelidada Barkhane, teve início em 2014, em substituição da Serval, lançada no ano anterior. No total das duas operações, 47 soldados franceses morreram.

A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas islâmicas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.

Os extremistas islâmicos foram expulsos em 2013, graças a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, para perto de um milhão.

Independente desde 1960, o Mali viveu em 18 de agosto último o quarto golpe militar na sua história. Episódios semelhantes ocorreram em 1968, 1991 e em 2012.

Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da União Europeia.