O secretário da Defesa dos Estados Unidos negou que estejam a ser colocados obstáculos à equipa do Presidente eleito e garantiu que a informação partilhada pela Administração liderada por Trump ultrapassa até agora a de governos anteriores.

“O Departamento de Defesa realizou 164 entrevistas com mais de 400 funcionários, e forneceu mais de 5.000 páginas de documentos — muito mais do que inicialmente solicitado pela equipa de transição de Biden”, assegurou Chris Miller.

Os esforços (…) já ultrapassam os de administrações recentes, com mais de três semanas de antecedência, e continuamos a agendar reuniões adicionais para o resto da transição e a responder a todo e qualquer pedido de informação”, acrescentou o governante, em resposta ao democrata Joe Biden, vencedor das eleições presidenciais norte-americanas em novembro.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, disse na segunda-feira dia 28 de dezembro que ainda há “obstáculos” ao processo de transição entre administrações, em particular no que diz respeito ao Pentágono e ao Gabinete de Gestão e Orçamento.

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“Encontrámos obstáculos por parte das lideranças políticas do Departamento da Defesa e do Gabinete de Gestão e Orçamento. A verdade é que muitas agências que são fulcrais para a nossa segurança sofreram danos enormes, muitas das quais foram esvaziadas de pessoal e de moral”, lamentou Biden, através de um discurso transmitido através da rede social Twitter, a partir de Wilmington, no Delaware.
O Presidente eleito acrescentou que a equipa responsável pela transição entre a administração do Presidente cessante, o republicano Donald Trump, e a de Biden ainda não tem “toda a informação” de que necessita em “áreas-chave para a segurança” do país.

A menos de um mês de ser investido como o 46.º Presidente dos EUA, Biden disse que, para além do Pentágono e do Gabinete de Gestão e Orçamento, as restantes agências federais têm contribuído para uma transição suave entre administrações.

A 18 de dezembro, o atual secretário da Defesa, Chris Miller, anunciou a suspensão unilateral das reuniões com a equipa de Biden até 1 de janeiro, uma decisão denunciada pelo democrata e apelidada de “resistência”.

A pouco mais de 24 dias da saída da Casa Branca, Donald Trump continua sem reconhecer a vitória de Biden nas presidenciais de 3 de novembro.

A 9 de dezembro, o Presidente cessante nomeou Chris Miller secretário da Defesa após despedir Mark Esper, que no verão se opôs ao envio de militares para as ruas de várias cidades para suprimir a contestação popular desencadeada depois do homicídio do afro-americano George Floyd.