Pelo menos duas pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas devido ao mau tempo que se fez sentir na região centro de Moçambique, anunciaram esta quarta-feira as autoridades num balanço preliminar.

A primeira vítima, uma mulher, morreu após o desabamento da sua casa no distrito de Muanza, província de Sofala, durante a tempestade, disse Lourenço Bulha, governador da província de Sofala, falando durante uma reunião do Centro Nacional Operativo de Emergência.

“Uma das paredes desabou e ela continuou no interior da residência. Depois de um tempo, desabou a segunda parede e caiu-lhe o teto”, explicou o governador da província de Sofala.

O segundo óbito ocorreu na província de Manica, na cidade Chimoio, onde um homem morreu eletrocutado na sua residência durante a tempestade.

Ele pegou na grade da varanda sem perceber que havia um fio de energia próximo. Eu só escutei os gritos e quando saí encontrei-o a tentar soltar a grade. Pedi ajuda aos vizinhos e quando chegamos eles já estava no chão”, contou um familiar da vítima, citado pela Televisão de Moçambique.

Além dos dois óbitos, um total de 12 pessoas ficaram feridas durante a tempestade tropical que se abateu sobre o centro de Moçambique e várias residências ficaram destruídas, segundo os dados preliminares.

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A tempestade, apelidada de “Chalane” e que afetou também Madagáscar, formou-se no Oceano Índico, atingindo o centro de Moçambique durante a madrugada de hoje, com ventos entre 90 e 100 quilómetros por hora. O fenómeno atingiu as províncias de Sofala, Manica e Zambézia, todas no centro de Moçambique, e agora segue para o Zimbabué, país vizinho, já com pouca intensidade, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia.

O Governo moçambicano estimava, no início do dia, que cerca de um milhão de pessoas seriam afetadas, mas a avaliação do real impacto da tempestade prossegue.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país. O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre o país.