787kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Quando Sérgio puxa por Sérgio, ganha (um)a equipa – a crónica do FC Porto-Moreirense

Este artigo tem mais de 3 anos

Sérgio marcou, assistiu e foi um exemplo. No passe, para Uribe. Nos movimentos, para os centrais. Na atitude, para os avançados. E teve um toque de Midas na vitória do FC Porto com o Moreirense (3-0).

Sérgio Oliveira continua a ser um elemento fundamental do FC Porto a marcar, a assistir e a liderar a equipa
i

Sérgio Oliveira continua a ser um elemento fundamental do FC Porto a marcar, a assistir e a liderar a equipa

Octavio Passos

Sérgio Oliveira continua a ser um elemento fundamental do FC Porto a marcar, a assistir e a liderar a equipa

Octavio Passos

Todas as equipas têm em todas as temporadas momentos chave que definem aquilo que fica depois para a história: os números. Pode até ser mais do que um, dois, três ou cinco, mas é uma fase determinante que marca muito mais do que esse presente e escreve as linhas do futuro – sejam elas mais direitas ou mais tortas. E se no ano passado a derrota na final da Taça da Liga e posteriores palavras de Sérgio Conceição no final do encontro em Braga foram o dínamo para o FC Porto arrancar para a vitória na dobradinha, esta época foi o desaire em Paços de Ferreira, o pior desde que o técnico chegou ao Dragão (assumido pelo próprio), que promoveu uma inversão nos resultados.

FC Porto vence Moreirense e sobe à condição ao segundo lugar a quatro pontos do líder Sporting

Daí para cá, os azuis e brancos tiveram uma série de 12 vitórias em 13 jogos até ao final de 2020 (pelo meio houve o empate frente ao Manchester City em casa, que carimbou a qualificação para os oitavos da Champions), ganhando nessa trajetória a Supertaça ao Benfica. Mais do que isso, como se viu de forma paradigmática na última partida em Guimarães em que a equipa foi obrigada a duas reviravoltas para derrotar os minhotos, o FC Porto recuperou essa identidade de jogo promovida por Sérgio Conceição desde que chegou ao clube e que nem sempre se viu no início da temporada. No entanto, e à semelhança das entrevistas de fim de ano que deu, o técnico arrumou todo esse capítulo de triunfos na gaveta do ano de 2020 e adotou um discurso de ambição para o que se segue, tendo em vista não só os jogos sem margem de erro do Campeonato mas também a Final Four da Taça da Liga.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A equipa está bem? Na hora do jogo é que vamos todos ver se a equipa está bem… O futebol é um recomeçar constante. Quando acaba um treino ou um jogo, nos seguintes temos de estar outra vez no máximo. À medida que as competições caminham para o fim, os jogos tornam-se cada vez mais decisivos. Agora vamos entrar nessa fase em várias competições e cabe-nos treinar para estar no máximo. Comigo, não acredito que haja deslumbramento. Quando ganhámos a Supertaça, um título muito importante para nós, fiz questão de garantir que os jogadores estivessem logo focados no jogo em Guimarães e isso aconteceu. Por isso não há problema. Também quem ficar deslumbrado ficará deslumbrado em casa”, garantiu o técnico dos dragões a esse propósito antes do encontro com o Moreirense, com um grau extra de incerteza após a saída de César Peixoto um dia antes da partida.

Em paralelo, e numa fase onde Sérgio Conceição surge cada vez mais (ou ainda mais) como rosto do sucesso dos azuis e brancos na discussão dos últimos troféus, o treinador tornava-se o terceiro com mais jogos de sempre no comando dos dragões (187), superando Jesualdo Ferreira e ficando apenas atrás de José Maria Pedroto e Artur Jorge. “Isso representa que o presidente tem tido alguma paciência comigo e por isso tenho-me mantido aqui [risos]… Olhando para o histórico de grandíssimos treinadores que o FC Porto tem tido, sinto uma alegria natural, é um grande prazer representar o meu clube. Mas tudo isto é volátil, dependemos dos resultados. Aqui temos um exemplo contrário de outros, com a qualidade e capacidade do nosso presidente. Essa estabilidade é fundamental para que os treinadores possam desenvolver o seu trabalho”, destacou antes do momento histórico.

Sérgio Conceição assume cada vez mais o papel de um José Maria Pedroto dos tempos modernos, capaz não só de perceber a cultura do clube mas também de transmitir essa mesma cultura para quem está em campo. Pepe é um exemplo disso no jogo em si, Sérgio Oliveira é um caso paradigmático do jogador saído da formação dos portistas, com vários empréstimos pelo meio mas que ganhou o seu espaço para dar mais espaço aos outros. Foi isso, mais uma vez, que aconteceu: mais do que o golo e a assistência no 3-0 ao Moreirense, o rendimento do médio teve um toque de Midas em vários jogadores que atuam perto de si, dos centrais a Uribe (que voltou a ter uma exibição de grande nível), e a atitude empurrou outros como Taremi ou Toni Martínez para aquele “querer mais” que no final faz sempre a diferença. Sérgio (Conceição) levou Sérgio (Oliveira) ao limite e com isso ganhou uma equipa.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

FC Porto-Moreirense, 3-0

12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

FC Porto: Marchesín; Wilson Manafá, Mbemba, Diogo Leite, Zaidu; Uribe, Sérgio Oliveira (Romário Baró, 90+4′); Corona (Fábio Vieira, 89′), Luis Díaz (João Mário, 89′); Marega (Toni Martínez, 70′) e Taremi (Evanilson, 89′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Nanu, Sarr e Grujic

Treinador: Sérgio Conceição

Moreirense: Mateus Pasinato; D’Alberto, Rosic, Ferraresi, Abdu Conté (Afonso Figueiredo, 72′); Alex Soares (Ibrahima, 72′), Fábio Pacheco, Filipe Soares (Gonçalo Franco, 86′); Yan Matheus (David Tavares, 86′), Walterson e Felipe Pires (Galego, 72′)

Suplentes não utilizados: Kewin Silva, ​​​​​​​Matheus Silva, Steven Vitória e Lucas Silva

Treinador: Leandro Mendes

Golos: Sérgio Oliveira (22′, g.p.), Toni Martínez (88′) e Evanilson (90+1′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Corona (31′) e Toni Martínez (83′)

Com Mbemba de regresso à equipa após lesão entrando para o lugar do agora lesionado Pepe e com Luis Díaz no lugar de Romário Baró em comparação com a equipa que começou o jogo em Guimarães, o FC Porto não teve uma entrada forte no jogo apesar de, por paradoxal que possa parecer, a entrada ter sido a jeito de ser forte: com linhas muito subidas e a pressionar alta a saída do Moreirense (que ainda assim foi saindo com boas combinações até ao meio-campo contrário), os azuis e brancos encontraram muitas vezes Luis Díaz entre linhas ou Corona sozinho para o 1×1 mas nunca tiveram o pragmatismo necessário para saltar dessa fase para a criação de oportunidades. Foi até o conjunto visitante a chegar aos 20 minutos com mais remates (2-1, todos sem grande perigo) até ao erro de avaliação que viria a desequilibrar as contas: Ferraresi calculou mal uma entrada sobre Corona, derrubou o ala mexicano na área e Sérgio Oliveira, de grande penalidade, inaugurou o marcador no Dragão (22′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Moreirense em vídeo]

A partir daí, houve mais FC Porto e muito menos Moreirense, que acusou em demasia o golo e deixou de sair como tinha feito até esse momento. E, em paralelo com esses movimentos contrários, os médios e os alas azuis e brancos foram conseguindo encontrar novos e melhores espaços para os avançados, o que não deu golo quase por acaso: após mais um grande passe de Sérgio Oliveira para as costas da defesa dos cónegos, Taremi ainda tirou Pasinato da frente mas adiantou demasiado a bola (35′); Corona encontrou o iraniano na área para o cabeceamento que bateu na trave antes da recarga de Marega para grande intervenção de Pasinato (39′); e Luis Díaz, em mais uma diagonal a ganhar espaço para o remate, tentou fazer o terceiro golo seguido mas atirou ao lado (45′).

O segundo tempo começou com o Moreirense a ter a melhor aproximação do jogo até esse momento à baliza do FC Porto, com Felipe Pires a ganhar espaço pela direita aproveitando a subida de Zaidu, a cruzar bem para a área mas com Walterson a chegar atrasado para encostar sozinho (54′). Ficou o aviso, a que se seguiriam mais dois também sem remate à baliza, perdeu-se a oportunidade: os dragões voltaram a ganhar outra verticalidade no seu jogo após o “susto”, Corona viu Pasinato evitar o segundo golo após um grande passe de Uribe para as costas da defesa (60′) e Taremi voltou a arriscar o remate que coroasse uma exibição onde foi o melhor na frente (63′). A meio da segunda parte, e apesar de haver essa sensação que um FC Porto mais rápido e com maior pragmatismo podia fechar em definitivo o encontro, continuava tudo em aberto e começavam as substituições nesse sentido.

Sérgio Conceição lançou Toni Martínez no lugar de Marega, Leandro Mendes arriscou uma tripla alteração com as entradas de Afonso Figueiredo, Ibrahima e Galego. O Moreirense até piorou, o FC Porto melhorou e muito. E foi a agressividade do espanhol (num lance quando já tinha cartão amarelo levada mesmo ao limite…) que ajudou a fechar em definitivo o encontro: já depois de ter um golo anulado após mais uma bola ao poste de Taremi (77′), teve um lance de insistência na área até ver o remate desviar em D’Alberto e trair Pasinato para o 2-0 (88′) e viu Evanilson sair do banco para marcar o terceiro após mais uma assistência de Sérgio Oliveira (90+1′).

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora