O regresso à normalidade, ou a algo que se pareça com ela, também tarda a chegar aos cinemas, de onde praticamente desapareceram os “blockbusters” de Hollywood e os filmes mais vistosos, com estreias sucessivamente adiadas ou então “desviados” para o “streaming”.  Pelo menos, e depois de muitas notícias contraditórias, o novo 007 está prometido para o início de Abril. Eis uma seleção de filmes que irão chegar aos cinemas portugueses nos próximos três meses, com as devidas reservas tendo em conta a evolução da situação sanitária. E na qual predominam as produções  europeias e os títulos independentes americanos

“A Mulher que Fugiu”

De Hong Sang-soo

O mais “autorista”, elíptico e minimalista dos realizadores sul-coreanos assina esta fita sobre uma mulher que vai visitar três amigas muito diferentes dela, e umas das outras, enquanto o marido está fora, a tratar de negócios. Juntamente com esta estreia, serão repostos três filmes anteriores de Sang-soo. (Estreia a 7 de Janeiro)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Corre!”

De Aneesh Shaganty

Sarah Paulson e a jovem Kiera Allen são as intérpretes deste “thriller” no feminino. Diane (Paulson), a mãe de Chloe (Allen), uma paraplégica, sempre lhe controlou a vida desde que ela se lembra de ser gente. Há algo de incómodo no relacionamento entre ambas, e Chloe pressente agora que a mãe tem segredos inconfessáveis. (Estreia a 14 de Janeiro).

“Undine”

De Christian Petzold

O autor de “Bárbara” e “Phoenix” revisita, no nosso tempo, a lenda da ninfa aquática Ondine, que se torna humana quando se apaixona e morre quando o seu amado a trai, e tem que o matar para poder viver e voltar à água. Aqui, Undine (Paula Beer) é uma historiadora urbana que vive em Berlim e trabalha na autarquia local. (Estreia a 14 de Janeiro)

“De Gaulle”

De Gabriel Le Bomin

Lambert Wilson personifica o general Charles de Gaulle e Isabelle Carré a sua mulher Yvonne neste drama biográfico. Estamos em Paris, em Julho de 1940. O casal é confrontado com a invasão de França pelas tropas alemãs. Charles viaja para Londres e Yvonne e os três filhos do casal estão entre a multidão que foge dos invasores. (Estreia a 21 de Janeiro)

“Music”

De Sia

A cantora e compositora australiana Sia estreia-se na realização com esta fita em que também participou na escrita do argumento. “Music” conta a história de Zu (Kate Hudson), que tem problemas com a bebida e que de súbito, com a morte da avó, fica com a tutela da sua meia irmã autista, Music (Maddie Ziegler). Também com Hector Elizondo e Juliette Lewis. (Estreia a 21 de Janeiro)

“Charlatão”

De Agnieszka Holland

Jan Mikolášek  (1889-1973) era um curandeiro checo que tratou muitas pessoas, anónimas  e conhecidas, recorrendo a remédios naturais e a uma intuição fora do comum. Os seus métodos acabaram por chamar a atenção do regime comunista, que o prendeu após ter sido encontrada estricnina nos corpos de dois homens que ele tinha tratado. (Estreia a 28 de Janeiro)

“Uma Réstia de Esperança”

De William Nicholson

Grace e Edward estão casados há 33 anos e lavam uma vida tranquila. Quando o filho do casal vai visitar a mãe e o pai, este comunica-lhe que tenciona deixar a mulher no dia seguinte. William Nicholson, o argumentista de “Gladiador”, escreveu e filmou este drama conjugal com Annette Bening, Bill Nighy e Josh O’Connor. (Estreia a 11 de Fevereiro)

“Eternals — Eternos”

De Chloé Zhao

A história deste filme do Universo Marvel passa-se após os acontecimentos de “Vingadores: Endgame”. Os Eternals, uma raça de seres imortais que vivem na Terra em segredo há milhares de anos e moldaram a evolução do humanidade, saem das sombras para enfrentarem o seu mais antigo inimigo, os Deviants. No elenco, Angelina Jolie, Gemma Chan, Richard Madden e Salma Hayek. (Estreia a 11 de Fevereiro) 

“Promising Young Woman”

De Emerald Fennell

Cassandra (Carey Mulligan) é uma jovem traumatizada por um trágico acontecimento do seu passado, vingando-se nos homens que a tentam seduzir e que ela provoca. Será que pode confiar em Ryan, um antigo colega de escola? Esta primeira realização foi um dos filmes mais bem referenciados nos EUA em 2020. (Estreia a 25 de Fevereiro)

“Falling — Um Homem Só”

De Viggo Mortensen

Um drama familiar que marca a estreia atrás das câmaras de Viggo Mortensen, que também interpreta um homem que vive na Califórnia com o seu parceiro e a filha adotiva. Quando traz para casa o pai viúvo (Lance Henriksen), um fazendeiro conservador e a dar sinais de demência, os seus mundos entram em choque. (Estreia a 25 de Fevereiro)

“O Pai”

De Florian Zeller

À medida que vai envelhecendo, Anthony (Anthony Hopkins) recusa toda a assistência que a filha, Anne (Olivia Colman) lhe quer prestar. Ao mesmo tempo, vai começando a questionar tudo o que o rodeia e a duvidar de todos, incluindo de si mesmo. O realizador Florian Zeller adaptou ao cinema, com Christopher Hampton, a sua peça homónima. (Estreia a 4 de Março)

“Às Coisas que nos Fazem Felizes”

De Gabriele Muccino

Dos anos 80 ao início do século XXI, a história de Itália nas últimas décadas pontua este filme sobre a vida de quatro amigos, da adolescência até aos anos da maturidade, com o seu cortejo de amores, aspirações, sucessos e frustrações. Pierfrancesco Favino, Kim Rossi Stuart, Claudio Santamaria e Micaela Ramazzotti interpretam. (Estreia a 4 de Março)

“Nomadland — Sobreviver na América”

De Chloé Zhao

Após ter perdido tudo na última grande recessão económica, uma mulher na casa dos 60 mete-se na sua carrinha e vai atravessar os EUA, iniciando uma existência de nómada. Frances McDormand interpreta este filme baseado no livro de Jessica Bruder sobre as suas experiências de errância moderna, e que ganhou o Festival de Veneza em 2020. (Estreia a 18 de Março)

“Minari”

De Lee Isaac Chung

Uma família coreana que vive nos EUA muda-se da Costa Oeste para o Arkansas na década de 80. A mãe detesta a mudança, os filhos, o pequeno David e a irmã, sentem-se aborrecidos e sem rumo, enquanto que o pai, Jacob, determinado em vingar como fazendeiro, arrisca o seu casamento, as suas finanças e a unidade da família. Premiado em Sundance. (Estreia a 25 de Março)

“007 — Sem Tempo para Morrer”

De CaryJoji Fukunaga

Será mesmo desta que o novo filme de James Bond, e último com Daniel Craig no papel do melhor agente secreto de Sua Majestade, vai finalmente chegar aos cinemas? Após ter deixado o serviço ativo, 007 é contactado pelo seu velho amigo Felix Leiter, para que o ajude a capturar Safin (Rami Malek), um misterioso vilão que está de posse de uma nova e perigosa tecnologia. (Estreia a 2 de Abril)