A notícia surgiu enquanto o Benfica já jogava contra o Santa Clara nos Açores. De acordo com o jornal A Bola, Lucas Veríssimo já assinou contrato válido por cinco temporadas com os encarnados e vai mesmo ser reforço de Jorge Jesus já no mercado de janeiro. Segundo apurou o Observador, os encarnados pagarão para já 2,5 milhões, ficando depois com duas prestações de dois milhões para pagar ao Santos em dezembro de 2021 e dezembro de 2022. O central brasileiro de 25 anos, porém, só viajará para Portugal depois de terminar a participação na Taça Libertadores, sendo que o Santos tem os jogos das meias-finais contra o Boca Juniors agendados para os dias 6 e 13 de janeiro. Em caso de apuramento, não jogará a final, a 30 de janeiro, no Maracanã. E essa foi uma das últimas condições acordadas entre as duas partes durante as longas negociações.

Era o segundo ato. Mas as estrelas esqueceram as falas, ficaram nos bastidores e estragaram o espetáculo (a crónica do Santa Clara-Benfica)

A contratação de Lucas Veríssimo, há meses na agenda do Benfica, um dos grandes alvos do clube durante o verão e uma das pretensões de Jorge Jesus — que acabou por ver chegar Todibo por empréstimo devido ao falhanço nas negociações pelo brasileiro –, acabou mesmo por ser a única boa notícia do dia dos encarnados. O empate nos Açores, contra o Santa Clara, deixou o Benfica no terceiro lugar da Primeira Liga, com os mesmos pontos do FC Porto e a quatro do líder Sporting.

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Os encarnados interromperam uma série de quatro vitórias consecutivas para o Campeonato, perderam pontos pela primeira vez nos Açores em 19 anos e sofreram golos em seis dos últimos sete jogos. Em comparação com a 12.ª jornada da época passada, ainda com Bruno Lage ao comando, o Benfica tem agora menos cinco pontos, menos três golos marcados e mais nove golos sofridos, sendo o terceiro melhor ataque da Liga e apenas a sétima (!) melhor defesa.

Em resumo, esta segunda-feira, o Santa Clara acabou o jogo com mais remates, tanto no total como enquadrados (12-7 e 4-2), e o jogador mais rematador pertence aos açorianos (Jean Patric, três), assim como o que mais vezes roubou a bola ao adversário (sete, Fábio Cardoso, que também marcou o golo do empate). Na flash interview, Jorge Jesus não escondeu que concorda com a ideia de que o Benfica adormeceu depois do intervalo.

“A equipa adormeceu? Em parte, sim, é a minha visão. Primeira parte com muita qualidade, um golo bonito e situações bonitas. A partir do momento em que o Gilberto saiu, a equipa quebrou defensivamente, o golo é uma bola no nosso corredor direito. A equipa ficou preocupada após sofrer o golo. Depois do 1-1, nos últimos 15 minutos, voltámos à normalidade mas já não fomos tão perigosos. Dominámos mas não criámos grandes ocasiões e o Santa Clara marcou e defendeu-se bem. Perdemos dois pontos num campo difícil, contra uma equipa que se bate bem. Mas tínhamos todas as chances para ganhar, não demos continuidade aos primeiros 45 minutos”, começou por dizer o treinador encarnado, que garantiu depois que tentou mexer, “mesmo com algumas limitações” associadas às ausências por Covid-19, com os jogadores que tinha no banco.

“Tentámos dar mais criatividade e poder na zona ofensiva, com Ferreyra e Darwin, mas não conseguimos ganhar com tanta facilidade os corredores para assistir esses jogadores. O Santa Clara teve mérito e fechou-se bem. Ferreyra, Pizzi e Chiquinho têm características ofensivas mas não conseguimos mexer com as características do jogo”, explicou Jesus, ressalvando que “ainda há muito Campeonato” e que por isso não está ainda preocupado com os quatro pontos de desvantagem para o Sporting. O técnico falou ainda sobre a lesão de Gilberto, que saiu ao início da primeira parte depois de um choque muito violento com Jean Patric, e revelou que o lateral brasileiro sofreu um “golpe muito profundo na cabeça” e terá de levar pontos.