Um segundo deslizamento de terras na Estrada Nacional 116, entre Loures e Mafra, agravou as condições de circulação naquele troço, com a proibição da circulação a pesados e levou as câmaras a solicitar de novo obras de urgência.

O deslizamento ocorrido em dezembro, ao quilómetro 17,1 veio agravar o estado da via, depois de há quase três anos ter ocorrido uma primeira derrocada ao quilómetro 17,2, aumentando para cerca de 300 metros o corte de metade da faixa de rodagem e a circulação alternada de veículos no sentido Mafra – Loures, explicou hoje Hélder Sousa Silva, presidente da câmara de Mafra, cuja população contribui em mais de 90% para o tráfego naquele troço, na Venda do Pinheiro.

Em resultado dos dois deslizamentos de terras, a Infraestruturas de Portugal (IP) veio proibir a circulação a veículos pesados entre o quilómetro 16,840 e o quilómetro 17,6, refere a empresa em comunicado.

Numa reunião de emergência, ocorrida na semana passada, os municípios de Mafra e Loures reiteraram a necessidade de se realizarem “obras de urgência” na via, dentro do “menor prazo” possível, adiantou o autarca.

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No comunicado, a IP explica que está a avaliar a situação para “intervir no local e repor as condições de circulação e de segurança na maior brevidade possível”, e iniciou estudos de prospeção geotécnica.

Desde há três anos que a Câmara de Mafra pede uma intervenção naquele troço da EN116, na sequência do primeiro deslizamento de terras, tendo em conta o tráfego existente na via. Desde essa altura que, após a derrocada, metade da faixa de rodagem foi cortada e a circulação passou a fazer-se de forma alternada, através de sinalização semafórica.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da IP explicou que se encontra a decorrer o concurso público para haver obras no local, previstas começar até junho. Em novembro de 2019, já tinha sido lançado um concurso público, mas “não foram apresentadas propostas válidas, pelo que não foi possível adjudicar a empreitada”.

A via divide os concelhos de Loures e de Mafra, no distrito de Lisboa, tendo os deslizamentos ocorrido do lado de Loures.

Se o deslizamento fosse do lado de Mafra, a câmara já lá tinha ido fazer a obra, porque é altamente perigoso e a estabilidade do troço que ainda está circulável não deve ser muita”, afirmou Hélder Sousa Silva, que quer evitar acidentes como o que ocorreu em Borba, onde, em 2018, o deslizamento de terras e o colapso de uma estrada provocaram cinco mortos.