O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) manifestou-se esta segunda-feira “preocupado com o assédio moral que possa existir no âmbito dos processos de reestruturação que estão a ocorrer em diferentes instituições bancárias”. Em comunicado, o sindicato reafirma que tem “tolerância zero” para com casos de assédio moral e que tem acompanhado o tema “com especial atenção”, mantendo-se “vigilante no sentido de poder atuar e defender os interesses dos associados que representa”.

Esta é uma matéria delicada com a qual nos deparamos, infelizmente, inúmeras vezes e sobre a qual estamos particularmente atentos”, afirma o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, citado no comunicado.

O dirigente sindical indica que o SNQTB tem vindo a apelar para que as vítimas de assédio moral em contexto laboral denunciem as situações, sublinhando que, para que o sindicato possa atuar, “não é suficiente que existam relatos vagos ou na terceira pessoa, de situações que configuram assédio moral”.

As vítimas, por muito difícil que possa ser, têm de nos comunicar os seus casos, identificando-se e relatando o sucedido”, reforça Paulo Gonçalves Marcos.

No comunicado, o SNQTB lembra que os seus associados podem dirigir-se ao departamento jurídico do sindicato para fazer as suas denúncias e, a partir de agora, há também um email criado especificamente para o efeito (denuncia.assedio@snqtb.pt).

Em 21 de outubro, o presidente do SNQTB disse que os trabalhadores do Santander Totta, reunidos em plenário, mostraram receios pela reestruturação em curso e que o sindicato vincou que não seria permitido assédio nas propostas de rescisão por mútuo acordo. Em declarações à Lusa, após o plenário de trabalhadores ‘online’, Paulo Marcos afirmou que os trabalhadores do Santander Totta mostraram “dúvidas, receios, angústias, interrogações” perante as propostas de rescisões por mútuo acordo que o banco tem vindo a fazer (em reuniões individuais com cada trabalhador em que além dos recursos humanos do banco está um consultor externo) e que o sindicato os informou de que qualquer decisão tem de ser efetivamente voluntária e que “assédio laboral é crime”.

Um dia antes, também após um plenário de trabalhadores no Banco Montepio, Paulo Marcos disse à Lusa que a estrutura não iria tolerar assédio laboral na reestruturação deste banco. O presidente do SNQTB lembrou que um processo de rescisões “pressupõe liberdade contratual das partes, trabalhador e banco”, e que o sindicato não tem “conceptualmente nada contra” tal processo, desde que não exista assédio.

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