O presidente do Governo Regional quer aproveitar “todas as oportunidades de melhoria” para os Açores na cooperação bilateral entre Portugal e os Estados Unidos, mas não num quadro de “hostilidade e de exigências”.

Questionado sobre se, tal como o executivo açoriano anterior, vai defender uma revisão do Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação, em vigor entre ambos os países, José Manuel Bolieiro declarou que “todas as oportunidades de melhoria e aprofundamento da cooperação entre Portugal e os Estados Unidos, e com referência e benefício dos Açores”, interessam sempre a si próprio e ao Governo. O líder do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM falava aos jornalistas após uma audiência concedida à cônsul dos Estados Unidos em Ponta Delgada, Kathryn Ryan Hammond, na sua residência oficial, em Ponta Delgada.

O chefe do executivo diz querer fazer deste “um relacionamento de confiança e colaboração e não de hostilidade e de exigências, sem antes haver compreensão da complexidade dos Açores”.

José Manuel Bolieiro referiu que “o comportamento do Governo dos Açores na relação e entendimento com o Governo da República” e no quadro da Comissão Bilateral do Acordo das Lajes “é de poder fundamentar as razões da região e encontrar plataformas de entendimento entre países que são amigos”. Bolieiro sublinhou que os Açores são “uma região que sente o prestígio e o reconhecimento de ter sido a que representa o mais antigo consulado dos Estados Unidos no mundo”. O presidente do Governo dos Açores destacou ainda o quadro do relacionamento histórico entre os dois países, “fortalecido, hoje, mais do que no passado, com a força da comunidade açoriana emigrada nos Estados Unidos e o bom acolhimento que tem recebido”. Bolieiro salientou também a ajuda que “os açorianos têm dado quer ao desenvolvimento dos Estados Unidos e à criação de riqueza, e até mesmo no quadro democrático da política americana” por via de “muitos açorianos e descendentes a participarem ativamente enquanto influenciadores dos decisores políticos dos Estados Unidos”.

Os Estados Unidos detém uma presença consular há 226 anos na região, que começou com uma presença na ilha do Faial e depois em São Miguel, no âmbito do reconhecimento da importância geoestratégica do arquipélago para a defesa norte-americana. O embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George E. Glass, tinha previsto visitar as várias ilhas dos Açores, em maio de 2020, a propósito das comemorações dos 225 anos do Consulado de Ponta Delgada, mas a visita foi cancelada devido à pandemia da Covid-19.

Em janeiro de 2015, o secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, confirmava a decisão do Pentágono de promover um ‘downsize’ da Base das Lajes, no âmbito do qual se reduziu de 900 para 400 os trabalhadores portugueses e de 650 para 165 o pessoal militar e civil norte-americano. A medida provocou impactos económicos e sociais na ilha Terceira.

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