Cabo Verde importou em dez meses de 2020 o equivalente a 170 mil euros por dia em combustíveis, menos 25% face ao mesmo período de 2019, explicado pelo confinamento e paragem da economia após a pandemia de Covid-19.

De acordo com dados do Banco de Cabo Verde sobre as importações nacionais, o país importou até outubro pouco mais de 5.763 milhões de escudos (51,8 milhões de euros) em combustíveis de vários tipos, o que representa uma média diária equivalente a 19 milhões de escudos (170 mil euros).

De janeiro a outubro de 2019, ano em que a economia cresceu acima dos 5% do Produto Interno Bruto (PIB), essas importações de combustíveis ascenderam a 7.732 milhões de escudos (69,5 milhões de euros).

Os dois meses de estado de emergência, em abril e maio, com confinamento generalizado da população e restrições à circulação, e o encerramento do arquipélago a voos internacionais de março a outubro, para conter a transmissão da pandemia de Covid-19, explicam a quebra de 25% nestas importações no espaço de um ano.

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Só no mês de outubro passado, a importação de combustíveis em Cabo Verde ascendeu a 391 milhões de escudos (3,5 milhões de euros), uma quebra de quase 64% face ao mesmo mês de 2019 e um dos valores mensais mais baixos de 2020.

Comentado a situação económica do arquipélago, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou na quarta-feira, no parlamento, que apesar de acreditar que a introdução da vacinação contra a Covid-19 nos mercados emissores de turistas para Cabo Verde transmita “confiança” aos consumidores, a retoma económica será “muito lenta ainda em 2021”.

Cerca de 25% do PIB de Cabo Verde depende do turismo, mas o setor está praticamente parado desde meados de março, com o início da aplicação das medidas restritivas para travar a transmissão da pandemia de Covid-19, com o encerramento do arquipélago a ligações aéreas internacionais, que só foram retomadas em outubro.

A quebra nas receitas fiscais com o turismo, bem como o aumento das despesas do Estado com apoios sociais, às empresas e no reforço da saúde, para travar a pandemia, levam o Governo a estimar uma recessão económica superior a 10% em 2020, admitindo um crescimento acima de 3% do PIB em 2021, dependente da retoma do turismo.