A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, defendeu esta terça-feira em Matosinhos a nacionalização da Galp para reverter o anunciado encerramento da refinaria de Matosinhos e garantir a manutenção dos 1.500 postos de trabalho.

Se a administração da Galp não reverter esta decisão [de fechar a refinaria], o Governo tem o poder de voltar a chamar ao Estado a esta empresa que tem um enorme interesse para o desenvolvimento económico nacional”, disse a sindicalista aos jornalistas, à margem de uma ação de protesto que decorreu esta tarde em frente ao edifício da Câmara de Matosinhos, no distrito do Porto.

Pelas 15h15, um grupo de trabalhadores saiu da refinaria de carro e seguiu até ao centro de Matosinhos, numa distância de cerca de quatro quilómetros, em sinal de protesto contra o anunciado fecho da Petrogal.

Em frente à câmara local, onde se concentraram, juntaram-se familiares dos funcionários, deputados de diferentes partidos políticos e curiosos, num total de cerca de 300 pessoas.

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Isabel Camarinha lembrou que a Galp já foi pública, tendo sido entretanto privatizada e, agora, “está à vista” o resultado dessa privatização. Falando na importância da empresa para o Norte e para o país, a secretária-geral da CGTP atirou responsabilidades ao Governo de António Costa, como segundo maior acionista da Galp.

“O Governo tem grande responsabilidade em tudo isto porque é o segundo maior acionista e é o Governo de Portugal, logo tem de defender os interesses nacionais”, frisou.

A Galp vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano. Esta decisão, anunciada a 21 de dezembro de 2020, põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.

A 30 de dezembro, e numa reunião pública do executivo municipal de Matosinhos, o responsável pela refinaria, José Silva, garantiu que a decisão de encerrar “está tomada e fechada”. O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.