O líder da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse, esta terça-feira, que vai ouvir os trabalhadores sobre a proposta de aumentos salariais do Governo e que “todas as formas de luta estarão em cima da mesa.”

À saída de uma reunião com o Governo, o dirigente da Frente Comum, Sebastião Santana, voltou a criticar a proposta do executivo que “deixa de fora cerca de meio milhão de trabalhadores da administração pública” ao atualizar apenas as remunerações inferiores a 800 euros.

O Governo tem rubricas no Orçamento do Estado que podiam ser revistas em prol dos salários, mas insiste que não tem margem para o fazer e vamos levar esta questão junto dos trabalhadores para decidirmos o que vamos fazer sobre esta matéria”, disse o dirigente da estrutura da CGTP.

Todas as formas de luta estarão em cima da mesa“, acrescentou Sebastião Santana, sublinhando que os sindicatos da Frente Comum “não abdicam de aumentos salariais, de carreiras mais justas nem de uma tabela remuneratória que faça justiça à sua antiguidade e à complexidade das suas funções”.

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Na reunião suplementar de terça-feira com os sindicatos, a terceira sobre aumentos salariais, o Governo manteve inalterada a sua proposta de atualizar em 20 euros a remuneração base da administração pública, para 665 euros (em linha com o salário mínimo nacional) e de aumentar em 10 euros os três níveis salariais seguintes, que abrangem remunerações até 791,91 euros. O Governo comprometeu-se ainda a iniciar a negociação sobre a revisão do sistema e avaliação de desempenho da função pública (SIADAP) até março.

Para a Frente Comum, o atual SIADAP “deve ser revogado”, disse Sebastião Santana.

O atual sistema muito dificilmente é melhorado porque enferma de problemas enormes e o seu principal objetivo está muito longe de ser avaliar trabalhadores”, considerou o líder sindical.

Segundo Sebastião Santana, o SIADAP que está em vigor tem antes como objetivo “manter pelo menos 75% dos trabalhadores exatamente na mesma posição remuneratória durante dez anos”.

Daqui se pode extrapolar que 75% dos trabalhadores da administração pública têm quatro alterações remuneratórias durante toda a sua carreira”, frisou o dirigente da Frente Comum.

Segundo o Governo, o SIADAP será revisto com o objetivo de agilizar as progressões na carreira dos funcionários públicos.