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Pedrinho, a alegria dos prédios vizinhos à volta da Reboleira (a crónica do Estrela-Benfica)

Este artigo tem mais de 3 anos

Estrela tentou dar uma história que o jogo nunca teve no regresso de Jesus à Amadora, onde Benfica goleou com Pedrinho a mostrar uma atitude tão grande como a magia que leva no pé esquerdo (0-4).

Prédios à volta do Estádio José Gomes vibraram com vitória do Benfica no regresso de Jesus à Amadora
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Prédios à volta do Estádio José Gomes vibraram com vitória do Benfica no regresso de Jesus à Amadora

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Prédios à volta do Estádio José Gomes vibraram com vitória do Benfica no regresso de Jesus à Amadora

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

“Se o jogo com o Estrela dificulta a concentração dos jogadores havendo nos próximos dias um clássico? Não, não é isso. O que perturba é a Covid-19. As equipas que têm muitos jogadores com este problema não se juntam, não podem. Um equipa-se num quarto, outro no outro… Não é a mesma coisa estarmos todos os dias juntos. Se vai condicionar o jogo com o FC Porto? Isso não. Quando são esses jogos o treinador nem se preocupa muito a falar disso porque eles estão focados. Mas este fenómeno da Covid-19 é diferente. O facto de não podermos treinar todos juntos atrapalha o foco. Estamos a aprender a lidar com isso, ninguém estava habituado a isto. Para mim tem sido uma novidade”, explicava Jorge Jesus antes da deslocação com grande carga sentimental à Amadora.

Benfica goleia Estrela na Amadora e está nos quartos da Taça de Portugal (onde vai defrontar Fafe ou Belenenses SAD)

Depois da eliminação da fase de grupos da Liga dos Campeões e das sete vitórias consecutivas, algumas com grande nota artística, o Benfica teve um período menos conseguido com duas derrotas no Campeonato e um empate para a Liga Europa mas conseguiu ir voltando aos poucos ao nível do melhor período da época. Aos poucos, também, pelo elevado número de infeções que foram afetando a equipa. Já antes, em algumas conferências de imprensa, Jesus falara de “fatores” que contribuíam para o atraso na estabilização do conjunto encarnado sem nunca os nomear mas era do novo coronavírus e das ausências dos jogadores que ia falando, até por forma a fazer entender que uma ausência de dez dias não significa que o regresso seja feito de imediato no dia seguinte, como tinha referido antes em relação a Pizzi e como voltou a agora a salientar falando das situações de Gabriel e Cervi.

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“Fizeram ontem dez dias… Dentro do que é o registo do que nos tem acontecido, tivemos 13 ou 14 jogadores com Covid-19 mas não têm condições físicas ou psicológicas para fazerem parte do jogo de amanhã [hoje]. Agora conhecemos melhor este fenómeno da Covid-19, todos os especialistas dizem que é uma doença que afeta toda a gente, incluindo os jogadores de futebol. Eles também ficam doentes, não são super homens”, referiu, à luz das alterações que tinha em mente fazer por isso e pela preparação para o clássico no Dragão esta sexta-feira e que tiraram da lista de convocados Vlachodimos, Vertonghen, Gilberto, Pizzi, Everton e Darwin Núnez, além dos dois supracitados sul-americanos, ao contrário de Gonçalo Ramos. “Ele veio há dois ou três dias de uma situação de Covid-19, esteve dez ou 11 dias sem treinar. Como é normal, a forma e a condição física dele não é tão boa como já foi mas vai ser convocado e vai jogar”, prometera, em mais um exemplo das condicionantes que tem sofrido.

Ainda assim, e dentro do grande favoritismo teórico no regresso a uma Amadora que o viu crescer e onde esteve como jogador e treinador (“20 depois estar aqui a falar disto [do regresso]… Conquistei coisas que não imaginava mas também já pensava ter vencido outras coisas que ainda não ganhei”, destacou), as alterações ponderadas não deveriam fazer decrescer o respeito competitivo por um adversário que voltou ao ativo, já está no terceiro escalão nacional e eliminou o Farense no trajeto até aos oitavos. “Teremos um mês com muitos encontros, a jogar de dois em dois dias durante alguma semanas, mas é a realidade e temos de nos adaptar a ela. Amanhã será competição diferente, uma prova onde todas as equipas ambicionam chegar à final. Esta competição faz com que as equipas mais pequenas fiquem mais fortes. O Estrela já eliminou o Farense e isso é um sinal para nós. Conheço bem a equipa, vejo-a jogar no canal 11 várias vezes. Vai ser um jogo competitivo, mas o Benfica tem argumentos para continuar nesta competição. É uma prova que me diz muito”, comentou.

Era neste contexto que Jorge Jesus voltava à Reboleira, onde na verdade até está diariamente – há uma imagem sua e outra de Fernando Santos na zona dos balneários, numa reforma das paredes do José Gomes que teve como objetivo recuperar a mística de um clube com muita história e por onde passaram algumas das principais figuras do futebol português. Um contexto onde juntava não só o reencontro com o “seu” Estrela da Amadora mas também um jogo para uma competição que sempre lhe disse muito (e que fazia com que muitas vezes fosse a pé com os amigos para ver finais até ao Jamor, onde perdeu o avô paterno por um ataque cardíaco quando via a decisão de 1967, entre o “seu” V. Setúbal e a Académica) e até a memória de um amigo que perdeu recentemente, Mário Veríssimo, carismático massagista dos amadorenses que foi a primeira vítima por Covid-19 no país.

Fotografias, palmas à janela e a conversa com Geraldes: o regresso de Jesus à Amadora, onde só faltou o amigo Veríssimo

E a promessa foi cumprida, logo no onze inicial. Até mais do que estaria previsto: à exceção de Seferovic, que tinha sido opção com o Tondela, Jesus alterou dez jogadores em relação à equipa que ganhou ao Tondela e promoveu a estreia de Todibo ao lado de Jardel, tendo ainda Chiquinho e Pedrinho na alas com o pé contrário para possibilitar as subidas dos laterais Diogo Gonçalves e Nuno Tavares com os movimentos interiores das unidades ofensivas mais próximas dos dois avançados e Taarabt como ‘8’ à frente de Samaris. E chegou para a goleada, naquela que foi a primeira derrota em jogos oficiais do Estrela esta época resolvida no início da segunda parte. Pedrinho, por toda a magia de um pé esquerdo que continua a prometer mais e pela entrega que teve ao jogo, foi um dos principais destaques a par de Seferovic e Diogo Gonçalves. No polo contrário, Taarabt teve uma noite para esquecer.

Ficha de jogo

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Estrela-Benfica, 0-4

Oitavos da Taça de Portugal

Estádio José Gomes, na Amadora

Árbitro: João Benta (AF Santarém)

Estrela: Filipe Leão, Sérgio Conceição, Zé Pedro, Yuran, Edu; Hélder Latón (Diego Zaporo, 86′), Xavier Fernandes (Diogo Leitão, 71′), Horácio; Murillo (Leandro Tipote, 71′), Paollo Madeira (Guilherme Miranda, 86′) e Chapi Romano (Luís Mota, 71′)

Suplentes não utilizados: Fábio Matos e Filipe Gaspar

Treinador: Rui Santos

Benfica: Helton Leite; Diogo Gonçalves, Jardel, Todibo, Nuno Tavares; Samaris (Weigl, 83′), Taarabt (Grimaldo, 83′); Chiquinho, Pedrinho (Rafa, 75′); Gonçalo Ramos (Waldschmidt, 57′) e Seferovic (Ferreyra, 75′)

Suplentes não utilizados: Svilar e Otamendi

Treinador: Jorge Jesus

Golos: Chiquinho (42′ e 62′), Seferovic (51′) e Waldschmidt (66′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Yuran (45+2′), Chapi Romano (45+2′), Samaris (45+2′) e Latón (60′)

O Benfica teve uma entrada mais forte, a jogar quase sempre no meio-campo contrário mas a não conseguir que as muitas aproximações se traduzissem em verdadeiras oportunidades e até foi Sérgio Conceição, lateral direito que é filho do treinador do FC Porto, a arriscar pela primeira vez a meia distância para defesa de Helton Leite para canto (9′). Era apenas uma ameaça entre as investidas de Paollo Madeira, avançado muito rápido que ia dando algum trabalho à defensiva dos encarnados, com dificuldades na zona de construção também pelos vários passes falhados de Taarabt (e pelo posicionamento algumas vezes recuado de Samaris, a abrir entre os centrais para vir buscar jogo). Assim, foi preciso esperar-se quase até meio da primeira parte para se ver uma verdadeira chance, com Pedrinho a combinar bem com Gonçalo Ramos mas a rematar isolado na área por cima (21′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Estrela-Benfica em vídeo]

Seferovic, numa das várias tentativas que teria ao longo do encontro, teve também um remate travado de forma segura por Filipe Leão (35′) mas, mais uma vez, seria o Estrela a beneficiar de uma possível oportunidade na área após nova arrancada de Paollo Madeira mas com o tiro de Murillo a sair com pólvora seca. O nulo ao intervalo parecia um cenário inevitável, num encontro até aí com boa réplica dos visitados e poucos motivos de interesse, mas a melhor jogada coletiva em 45 minutos acabou por fazer a diferença: boa combinação na direita entre Pedrinho e Diogo Gonçalves, cruzamento do lateral para Seferovic, remate para grande intervenção de Filipe Leão mas Chiquinho, na recarga, a “fuzilar” sem hipóteses para o 1-0 a favor dos encarnados (42′).

No segundo tempo, o Benfica entrou com outra agressividade em termos ofensivos, conseguiu materializar essa superioridade em oportunidades e resolveu o encontro em pouco mais de um quarto de hora: Seferovic, que já tinha voltado a ameaçar, conseguiu marcar o 2-0 à quinta tentativa após cruzamento de Diogo Gonçalves num remate que ainda desviou em Yuran (51′), Latón viu um golo anulado por posição irregular na sequência de um livre bombeado para a área com assistência vinda do segundo poste (55′) e Chiquinho, aproveitando mais uma grande intervenção de Filipe Leão a remate de Seferovic com insistência (e assistência) de Pedrinho, fez o segundo golo na partida e aumentou para 3-0, naquela que foi a primeira partida a marcar esta temporada (62′).

As contas estavam fechadas e até os cânticos e frases de apoio que vinham dos prédios circundantes ao Estádio José Gomes começaram a ser cada vez menos, com os treinadores a aproveitarem para promoverem algumas mexidas. E foi um dos suplentes que fechou as contas: Luca Waldschmidt, após nova assistência de Pedrinho, recebeu descaído na direita para rematar de pé esquerdo em arco sem hipóteses para Filipe Leão (66′). O alemão ainda teve mais uma oportunidade flagrante mas atirou ao lado num lance que viria a ser anulado por posição irregular, Ferreyra também falhou isolado em frente a Filipe Leão ao tentar fazer o chapéu, Paollo Madeira ainda obrigou a uma intervenção apertada de Helton Leite mas o resultado estava feito e com uma goleada natural.

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