O “sucesso” da presidência portuguesa vai influenciar a presidência francesa do Conselho da União Europeia que vai começar no início de 2022, levando a França a apoiar a “200%” as ambições lusas à frente do projeto europeu.

Somos muito solidários convosco e apoiamos a 200% a presidência portuguesa […] Estamos comprometidos, portugueses e franceses, num desafio que não é como os outros. Enfrentamos a crise de uma geração, é uma prova para a Europa e um teste à sua capacidade de reagir e projetar as suas ambições para o futuro”, disse o embaixador François Delattres, secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

O embaixador francês interveio esta segunda-feira numa conferência organizada pela Embaixada de Portugal em França sob o mote “Tempo de Agir: por uma retoma justa, verde e digital”, que aconteceu nas instalações da embaixada com a presença de alguns embaixadores de países da União Europeia em Paris e foi difundida nas redes sociais.

Entre as prioridades da presidência portuguesa, Delattres sublinhou ainda “o combate pela Europa Social” e uma nova fase da relação entre a Europa e outros parceiros, como os Estados Unidos com a nova administração Biden.

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Também Enrico Letta, ex-primeiro-ministo italiano, interveio na conferência ressalvando que Portugal terá um papel “essencial” devido ao momento em que acontece esta presidência e na relação da União Europeia com o exterior.

O início do ano mostra um mundo que está a mudar, que está a redescobrir o multilateralismo, com o que se passa nos Estados Unidos e também as grandes mudanças na Ásia. […] Um país global como Portugal, e sempre do lado do multilateralismo, vai fazer com que a Europa seja cada vez mais um protagonista neste processo”, indicou.

Outro desafio que também será colocado a Portugal nos próximos meses é a regularização do mercado digital na Europa, um ponto em que mesmo os grandes grupos têm dificuldade em combater os gigantes americanos, relatou Enrique Martínez, presidente do grupo FNAC-Darty e que participou no debate.

Falamos há muito tempo da discriminação que existe e sobre os benefícios fiscais concedidos aos grupos americanos e aos quais nós, empresas europeias, não temos acesso. Isso cria uma diferença enorme e é urgente agir com rapidez”, alertou.

Portugal assumiu a sua quarta presidência do Conselho da UE no dia 01 de janeiro, a qual se estenderá durante o primeiro semestre de 2021, sucedendo à Alemanha e antecedendo a Eslovénia, sob o lema “Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital”.