A Porsche revelou os resultados comerciais de 2020, ano em que viu as suas vendas caírem apenas 3% face a 2019. Face à pandemia e aos resultados anunciados e previstos para a concorrência, maioritariamente com motores de combustão, vender menos 3% dos veículos transaccionados no ano anterior pode ser considerado um resultado muito interessante. Sobretudo porque a queda poderia ter sido superior a 10%, não fosse a aposta da marca alemã no Taycan, o seu único veículo eléctrico que teve em 2020 o seu primeiro ano completo de vendas.

Tal como este construtor do Grupo Volkswagen tinha previsto, seriam fabricadas mais de 20.000 unidades do Taycan por ano e a prova é que 20.015 exemplares da berlina eléctrica alimentada a bateria mudaram de mão. Isto permitiu que, em muitos mercados, o Taycan, vendesse mais do que alguns “irmãos” com motor de combustão, como foi o caso dos EUA, onde com 4.414 unidades o Taycan ultrapassou o Panamera (3.870) e o 718 (3.447).

A imagem da Porsche como fabricante de modelos desportivos sofreu mais um rombo, uma vez que o seu modelo mais vendido não foi um desportivo baixo, leve e ágil. Quem liderou o ranking das vendas foi o Cayenne, com 92.860 unidades, com os coupés de duas portas a comercializarem 34.328 para o 911 e 21.784 para o 718, tudo valores que o Taycan poderá ultrapassar quando receber o reforço do Cross Turismo, com ar de crossover.

Uma vez que a Porsche está a apontar para 40.000 unidades divididas entre as duas versões do Taycan, com os seus modelos a bateria a serem entretanto reforçados pela chegada do Macan eléctrico, não estranhará a ninguém que, dentro de dois anos, a Porsche evolua de fabricante de maioritariamente SUV, para construtor sobretudo de veículos eléctricos.

De acordo com o relatório do construtor alemão, o maior mercado da Porsche em 2020 foi a Asia-Pacífico, Médio Oriente e África, que absorveram 121.641 unidades, com a China a ocupar o segundo lugar (99.968), à frente da Europa (80.892) e dos EUA (69.629).

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