O primeiro-ministro, António Costa, tentou reduzir em traços gerais o novo confinamento a partir das 00h do dia 15 como algo semelhante ao que aconteceu em março e abril mas com a exceção de manter os estabelecimentos escolares abertos. Essa, de facto, é a maior exceção mas, contas feitas, existem outras e que entroncam na realidade do desporto nacional, nomeadamente das ligas profissionais ou equiparadas de 1.ª Divisão.

Primeira dúvida desfeita. Esta sexta-feira vai haver FC Porto-Benfica no Dragão? Sim. Na próxima semana vai haver Sporting-FC Porto e Sp. Braga-Benfica em Leiria, a contar para a Final Four da Taça da Liga? Também. Só isso é logo diferente em relação ao que aconteceu no primeiro confinamento, onde todo o desporto parou e apenas a Primeira Liga retomou atividade em junho para terminar o Campeonato e a Taça de Portugal.

No documento que resume as medidas, ficava expresso que continuava a ser permitido “o exercício individual ao ar livre” e que “ginásios, pavilhões e outros recintos desportivos ficam encerrados”, acrescentando-se depois que “Seleções Nacionais e 1.ª Divisão sénior não terão público”. “As ligas profissionais e equiparadas são mantidas em atividade mas sem público”, acrescentou depois António Costa, confirmando que, além de todas as competições seniores de primeiro escalão masculinas e femininas incluindo modalidades de pavilhão, irão prosseguir também a Segunda Liga e o Campeonato de Portugal, neste caso organizado pela Federação.

“As atividades de treino e competitivas dos atletas de seleções nacionais das modalidades olímpicas e paralímpicas, da 1.ª Divisão nacional ou de competição de nível competitivo correspondente de todas as modalidades dos escalões de seniores masculino e feminino, bem como dos campeonatos internacionais, são equiparadas a atividades profissionais, podendo ser realizada, desde que sem público e no cumprimento das orientações definidas pela DGS”, especifica um dos artigos do decreto aprovado em Conselho de Ministros, que já chegou às federações desportivas nacionais depois de algumas dúvidas sobre o que poderia ou não continuar no ativo.

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Em contrapartida, os escalões secundários e todo o desporto de formação voltam a parar tal como no primeiro confinamento em Portugal, onde todas essas competições foram suspensas e dadas como terminadas. “Determina-se o encerramento de um alargado conjunto de instalações e estabelecimentos, incluindo atividades culturais e de lazer, atividades desportivas (salvo a prática de desportos individuais ao ar livre e atividades de treino e competitivas) e termas”, acrescenta ainda o decreto aprovado e anunciado ao final da tarde.

Presidente da Liga de Clubes fala na decisão “mais sensata e legítima”

Pedro Proença, presidente da Liga, foi um dos primeiros responsáveis a reagir ao anúncio de António Costa, falando da decisão “mais sensata e legítima, corolário de toda uma atitude responsável, rigorosa e previdente adotada pela Liga Portugal e pelos seus clubes e profissionais”, como salientou na página nas redes sociais.

“Foi este, de resto, e em diálogo permanente com as autoridades sanitárias e governamentais, o desígnio assumido transversalmente desde o início pelo futebol profissional: testar, prevenir, proteger. Tendo mantido ao longo de todo o processo um comportamento absolutamente exemplar e adotado todas as medidas para manter em segurança todos os envolvidos, faz todo o cabimento que as três competições profissionais (Liga NOS, Liga Portugal 2 SABSEG e Allianz Cup) sejam autorizadas a prosseguir a sua atividade. De salientar ainda, no âmbito de toda esta conjuntura muito particular, todo o esforço desenvolvido e o trabalho absolutamente meritório e, acima de tudo, competente desenvolvido e realizado pela Federação Portuguesa de Futebol”, acrescentou.