É a palavra do Governo espanhol contra a dos que têm pedido que Juan Carlos seja destituído do estatuto de rei emérito. Os escândalos financeiros e as suspeitas de corrupção, que o levaram a exilar-se em Abu Dhabi até hoje, chamaram a atenção do país vizinho para as estruturas da monarquia.

Na última terça-feira, em resposta ao deputado Carles Mulet, o executivo chefiado por Pedro Sánchez reiterou que o título, que Juan Carlos detém desde que abdicou do trono, em 2014, será mantido. Para sustentar a resposta, divulgada pela agência Europa Press, foram mencionados casos de outros ex-monarcas que conservaram o seu estatuto de rei, nomeadamente no Japão, na Bélgica e do Luxemburgo.

Questionado sobre se modificaria o decreto que nomeia Juan Carlos rei emérito de Espanha, o governo respondeu que o título em questão é vitalício. O debate público e político sobre a monarquia espanhola reacendeu-se em 2020, com os novos e sucessivos escândalos financeiros protagonizados pelo anterior rei, e que chegou a assumir a forma de protesto nas ruas, no último verão.

Um novo paraíso para exílio e uma possível renúncia ao título de rei emérito. A encruzilhada de Juan Carlos

Ao mesmo tempo, no mês de dezembro, o chefe do Governo espanhol mostrou-se inclinado a trabalhar numa nova Lei da Coroa, tendo em vista uma maior “transparência” e “exemplaridade” no funcionamento da instituição. Atualmente, fala-se ainda numa possível comissão de inquérito. Em causa está a suspeita de ter fugido ao fisco espanhol com mais de 120 mil euros por ano.

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