Uma centena de empresas transacionais, denominada Ocean 100, concentra a maior parte das receitas extraídas dos oceanos, tendo gerado 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 904,5 mil milhões de euros) de receitas, em 2018, foi anunciado.

De acordo com os dados avançados pela Duke University e pelo Stockolm Resilience Center da Stockolm University, a que a Lusa teve acesso, se este grupo de empresas fosse um país, teria a 16.ª maior economia do mundo, o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) do México.

Agora sabemos quem são alguns dos maiores beneficiários da economia oceânica e isso pode ajudar a melhorar a transparência no que concerne à sustentabilidade e administração dos oceanos”, afirmou, citado em comunicado, o diretor do Ocean and Costal Policy Program no Institute for Environmental Policy Solutions Duke Nicholas, John Virdin.

Para este responsável, operar na economia do mar implica “muito conhecimento e capital” tanto para as indústrias estabelecidas como para as emergentes, como a mineração em alto mar e a biotecnologia marinha.

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Os investigadores estudaram oito setores da economia oceânica — petróleo e gás offshore (em alto mar), equipamentos e construção naval, produção e processamento de produtos do mar, transporte marítimo de contentores, construção e reparação naval, turismo de cruzeiros, atividades portuárias e energia eólica offshore.

Em 2018, as 100 maiores empresas representaram 60% das receitas (1,9 biliões de dólares) geradas por estes setores. O petróleo e o gás offshore lideram a lista da Ocean 100 com uma receita combinada de 830 mil milhões de dólares, sendo que a única empresa de fora deste setor a figurar no top10 da classificação é a dinamarquesa A.P. Møller-Mærsk.

O estudo apontou ainda um “padrão consistente”, dentro dos oito setores analisados, num pequeno número de empresas. Em média, as 10 maiores empresas de cada setor absorveram 45% da receita total dessa mesma área.

As maiores concentrações verificaram-se, no período em causa, no turismo de cruzeiros (93%), transporte de contentores (85%) e atividades portuárias (82%), o que, para os investigadores, pode representar “riscos e oportunidades”.

O diretor de ciências do Stockholm Resillence Center, Henrik Österblom, considerou que “os executivos seniores dessas poucas, mas grandes empresas, estão numa posição única para exercer a liderança global em termos de sustentabilidade”.

Österblom assegurou também que o facto destas empresas estarem sediadas “num pequeno número de países”, ilustra ainda que as ações conjuntas de alguns governos podem “mudar rapidamente a forma como o setor privado interage com o oceano”.

Já para o Center for Energy, Development and the Global Environment, os oceanos vão assumir, cada vez mais, um papel importante na economia global durante o século XXI, sendo que a sustentabilidade dos ecossistemas oceânicos é um dos principais desafios.