A terceira vaga da pandemia da Covid-19 continua a agravar-se em Portugal e esta quinta-feira foram alcançados novos máximos em vários indicadores relevantes. Em 24 horas, foram diagnosticados 10.698 novos casos de infeção pelo coronavírus em Portugal, o maior número diário registado desde o início da pandemia. Também nos internamentos se registaram novos máximos: há agora 4.368 pessoas internadas em enfermaria (mais 128 do que no dia anterior e o número mais alto desde o início da pandemia) e 611 doentes em cuidados intensivos (mais 15 do que no dia anterior e pela primeira vez acima das seis centenas).
O boletim dá ainda conta de outros dados preocupantes: nas últimas 24 horas, morreram 148 pessoas vítimas da Covid-19. Trata-se do terceiro pior dia de toda a pandemia, sendo que os dois primeiros foram registados também esta semana (155 na terça-feira e 156 na quarta-feira). Com os dados do boletim mais recente, o número de óbitos desde março de 2020 eleva-se para 8.384. Desde o início da pandemia, já foram diagnosticados 517.806 casos de Covid-19 em Portugal — dos quais 387.607 pessoas (ou seja, 75%) já recuperaram da doença.
Nos primeiros 14 dias de 2021 já morreram 1.478 pessoas com Covid-19 em Portugal. Nesta terceira vaga, a pandemia está a matar a um ritmo muito maior do que aconteceu no início da doença, em 2020. No ano passado, Portugal demorou perto de três meses a atingir este valor (o primeiro óbito foi registado em 17 de março de 2020 e só em 7 de junho se chegou aos 1.479 mortos). Na última semana, morreram ao todo 912 pessoas no país devido à Covid-19, o que significa que, em média, foram registados 130 óbitos por dia por causa do novo coronavírus. A cada hora, morreram 5,4 pessoas.
A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a registar o maior número de novos casos em Portugal (4.071, 38% do total), seguida do Norte (3.461, 32,4%). Centro, Alentejo e Algarve tiveram mais 2.128 (19%), 520 (4,9%) e 400 (3,7%) novas infeções em 24 horas, respetivamente. Nas ilhas, foram contabilizados 61 novos casos na Madeira (0,6%) e 57 nos Açores (0,5%).
Foi também em Lisboa e Vale do Tejo que ocorreram a maioria dos óbitos (71 dos 148). No Porto, morreram 35 pessoas; no Centro 29; no Alentejo 9; e no Algarve 2. A Madeira registou duas vítimas devido ao vírus. Nos Açores, não houve óbitos a registar esta quinta-feira.
Há mais mulheres infetadas, mas mortalidade é maior nos homens
Olhando para a caracterização demográfica dos casos e dos óbitos, vai-se confirmando uma tendência: a infeção tem uma prevalência superior nas mulheres, mas a mortalidade é superior nos homens. Dos 517.806 casos confirmados desde o início da pandemia, 284.698 (ou seja, 55%) foram diagnosticados em mulheres; e 232.948 (ou seja, 45%) foram diagnosticados em homens.
No caso da mortalidade, a tendência inverte-se. Dos 8.384 óbitos registados, 4.360 (ou seja, 52%) ocorreram em homens, enquanto 4.024 (ou seja, 48%) ocorreram em mulheres.
Segundo a distribuição etária divulgada pela Direção-Geral da Saúde, é possível concluir que na quarta-feira morreram quatro pessoas com entre 40 e 49 anos . Por seu turno, três vítimas mortais tinham entre 50 e 59 anos.
As faixas etárias mais afetadas pela mortalidade continuam a ser as mais velhas. Entre os 60 e os 69 anos morreram 20 pessoas; entre os 70 e os 79 anos morreram 34 pessoas; e acima dos 80 anos morreram 87 pessoas. Isto significa que 58% das mortes registadas no último dia foram de pessoas com mais de 80 anos de idade.