A Altice Portugal “apela a todos” para um uso responsável das redes durante o estado de emergência e assegura que procederá ao reforço de rede adicional “sempre que tal se justifique”, “mesmo num momento difícil para este setor”.

O decreto que regula o novo estado de emergência prevê novamente, à semelhança do que tinha acontecido em março, que as operadoras de telecomunicações possam durante este período limitar ou inibir serviços audiovisuais de videoclube, plataformas de vídeo, como é o caso da Netflix, e jogos online para preservar a integridade e segurança das redes de comunicações eletrónicas.

Questionada sobre se sentiu a necessidade de limitar serviços como a Netflix durante o primeiro confinamento, fonte oficial da Altice Portugal disse à Lusa que, “apesar do grande crescimento de tráfego observado” na altura, a dona da Meo “acomodou todas as novas necessidades decorrentes do uso massivo das redes de comunicações, mesmo em períodos de pico, graças à redundância e resiliência das suas redes e aos investimentos realizados na sua expansão, de forma a garantir o aumento de capacidade necessário”.

Por essa razão, acrescenta, em Portugal “as redes de comunicações foram um importante ativo estratégico do país no sucesso do confinamento, resultado de um setor composto por empresas sólidas e que investem com capital privado, como é o melhor exemplo a Altice Portugal, que nos últimos quatro anos investiu várias centenas de milhões de euros por ano na modernização, expansão e crescimento das suas redes e, em particular, daquela que é hoje a maior rede de fibra ótica de Portugal”, salientou a mesma fonte.

Questionada sobre se irá reforçar as redes neste novo estado de emergência, a Altice Portugal salientou que, “face ao expectável e progressivo aumento de tráfego na rede fixa, dada a situação de isolamento e de teletrabalho imposta aos portugueses” a dona da Meo “encontra-se continuamente a acompanhar a situação, procedendo a ampliações e reforço de rede adicionais por todo o território nacional”.

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As ampliações e reforço adicionais serão feitas “sempre que tal se justifique, mesmo num momento difícil para este setor, com um ambiente regulatório hostil, resultado dos ataques graves por parte da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e que ameaçam severamente a capacidade de investimento dos operadores”, sublinhou a empresa liderada por Alexandre Fonseca.

“Com vista a garantir o funcionamento pleno e sem falhas, a Altice Portugal apela a todos para um uso responsável das redes”, salientou a dona da Meo.

“O estado de emergência declarado em março de 2020 apanhou-nos desprevenidos. Hoje, tanto empresas como famílias estão melhor preparadas”, sendo que “este novo normal mudou formas de ser e de estar, alterou paradigmas de comportamento, de rotina ou de gestão”, referiu a mesma fonte, quando questionada sobre os novos desafios face a este período que se vive.

“Desde o início que esta pandemia, com a obrigatoriedade de confinamento imposto pelo estado de emergência, preparou-nos para um novo mundo digital – desconhecido para muitos – com novas competências a serem ganhas e novos perfis a serem traçados”, prosseguiu.

Em março do ano passado, a Altice Portugal “foi uma das primeiras empresas a implementar um plano de contingência, tendo colocado mais de 10 mil colaboradores em regime de ‘Work@Home’ (6.000 trabalhadores diretos)”, apontou.

“Hoje, as suas prioridades mantêm-se: garantir a proteção e segurança dos colaboradores e respetivas famílias, dos parceiros, clientes e fornecedores, bem como assegurar que as redes e os serviços de comunicação estão à altura deste desafio”.

No entanto, “o maior desafio no âmbito do estado de emergência prende-se com o facto do setor das comunicações estar debaixo de uma injusta, severa e grave pressão regulatória, que estrangula os operadores na sua capacidade de investir, inovar e de garantir a qualidade do serviço prestado, a que os portugueses se habituaram nas últimas duas décadas”, salienta a Altice Portugal.

A dona da Meo “encontra-se em contacto permanente com a Direção-geral de Saúde (DGS), acompanhando as orientações e recomendações das entidades competentes, mantendo de forma rigorosa o seu plano de contingência, acompanhando a evolução da situação, bem como comunicando novas medidas que possam vir a ser adotadas na defesa e proteção da empresa e dos seus colaboradores”, concluiu fonte oficial.