O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou esta sexta-feira o “trajeto doloroso” depois do anúncio que a pandemia de Covid-19 matou mais de dois milhões de pessoas, referindo o “fracasso da solidariedade” na vacinação.

“Agora estamos a ver uma lacuna na vacina. Se os países de alto rendimento têm acesso às vacinas, não é o caso dos países mais pobres. É um sucesso para a ciência, mas um fracasso para a solidariedade”, insistiu.

Sem identificar, Guterres criticou particularmente o facto de que “alguns países estão a concluir acordos paralelos e até a obter vacinas além das suas necessidades”.

“Os governos têm a responsabilidade de proteger as suas populações, mas o vacionalismo está destinado ao fracasso e só vai atrasar uma recuperação à escala global. Não vamos superar a Covid-19 se cada país agir por conta própria”, vincou.

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Segundo o chefe da ONU, a prioridade deve ser dada àqueles que estão na “linha da frente: pessoal humanitário e populações em risco”.

Em conferência de imprensa, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Volkan Bozkir, anunciou que ele e Guterres seriam vacinados em breve. O secretário-geral na próxima semana e Bozkir em 2 de fevereiro.

Segundo o presidente da Assembleia, ambos vão ser vacinados não por uma questão de privilégio, mas por excederem os 65 anos de idade, o que os faz entrar na categoria de vacinação em Nova Iorque.

Segundo o novo balanço divulgado esta sexta-feira fpela AFP, que data a contagem das 18h25 TMG (mesma hora em Lisboa), foram já contabilizados 2.000.066 óbitos entre os 93.321.070 casos de infeção declarados, com a Europa a constituir-se como a região mais afetada, registando cerca de 650.000 mortes.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.