No próximo Qashqai, tudo será novo. Desde logo na atitude, uma vez que se espera um SUV mais próximo do conceito crossover, ou seja, mais civilizado e mais eficiente em asfalto, sem contudo virar as costas aos pisos de terra. Mas se isto motiva alterações estéticas, certamente visando tornar o modelo mais moderno e mais de acordo com a moda actual, as maiores novidades vão acontecer a nível das mecânicas.

A primeira decisão que certamente espantará uma parte considerável dos actuais clientes é o abandono dos motores turbodiesel, hoje os mais procurados. Mas a descontinuação desta versão bestseller só é possível porque o Qashqai de 2021 recorre a uma nova plataforma da Aliança Renault Nissan, a CMF-C, que permite a montagem de mecânicas electrificadas, ou seja, com um motor eléctrico e a respectiva bateria para ajudar o motor de combustão, de forma a reduzir consumos e emissões.

O Qashqai vai apostar sobretudo em dois motores a gasolina, com destaque para o denominado HR13 DiG-T, um 1.3 mild hybrid sobrealimentado que pode debitar 140 ou 158 cv, com este último a recorrer à tracção integral. Para o mercado europeu, faz todo o sentido adoptar igualmente a mecânica PHEV já disponível nos Renault Mégane, que ainda assegura vantagens fiscais e permite consumos reduzidos, desde que se recarregue a bateria sempre que possível.

Mas a maior novidade é o motor MR15, uma unidade 1.5 que curiosamente não está ligada às rodas. É a solução utilizada no Qashqai e-Power, que recorre a este motor a combustão exclusivamente como gerador de energia, uma vez que a única unidade responsável pela movimentação do SUV é o motor eléctrico de 190 cv e 330 Nm. Esta versão estará apenas disponível com duas rodas motrizes e deverá ser assumida como um híbrido, no limite um híbrido plug-in (PHEV), se a bateria que acumula a corrente gerada pelo MR15 for igualmente recarregável, apesar do seu funcionamento se assemelhar a um sistema REX, de Range Extender, ou seja, um extensor de autonomia.

Esta solução é similar à já utilizada pelos BMW i3 REX e Opel Ampera, entretanto descontinuados devido à evolução das baterias. Mas a Nissan afirma que o seu sistema e-Power lhe vai dar vantagens, tecnologia que já usa em modelos no Japão.

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