A missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca) anunciou este domingo que recuperou o controlo da cidade de Bangassou, a 750 quilómetros da capital, que estava ocupada por grupos armados contra o regime do presidente Faustin Archange Touadéra.

A cidade de Bangassou “está sob controlo total da Minusca, após o ultimato lançado na sexta-feira pela Força de Missão aos grupos armados. Os rebeldes abandonaram as posições que ocupavam e fugiram da cidade durante a noite de sexta-feira para sábado”, disse o porta-voz da Minusca, Vladimir Monteiro.

“Os incidentes ocorreram à noite e a força interveio para os terminar. A situação está calma, sob controlo”, disse à agência France Presse (AFP) o tenente-coronel Abdoulaziz Fall, porta-voz do componente militar de Minusca.

A 19 de dezembro, oito dias antes das eleições presidenciais e legislativas, uma coligação de seis dos grupos armados mais poderosos que ocuparam dois terços da RCA desde o início da guerra civil, há oito anos, anunciou uma ofensiva para impedir a reeleição do Presidente, Faustin Archange Touadéra.

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Touadéra foi declarado reeleito em 04 de janeiro após uma votação que foi contestada pela oposição, na qual apenas um em cada dois eleitores recenseados teve a oportunidade de votar por causa da insegurança fora da capital.

Os rebeldes da CPC tinham até então levado a cabo ataques esporádicos, geralmente repelidos por “capacetes azuis”, apoiados por grandes contingentes fortemente armados de militares ruandeses e paramilitares russos que vieram em socorro do governo e do seu exército.

Estes ataques têm ocorrido até agora principalmente em cidades e vilas distantes da capital.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021.