O treinador do Sporting de Braga, Carlos Carvalhal, considerou esta terça-feira que seria “ruinoso” para o futebol e uma “catástrofe” para a sociedade se as competições parassem por causa da pandemia de Covid-19.

Se isso acontecer, será péssimo para o futebol, será ruinoso se tivermos que parar e, em termos simbólicos, será uma catástrofe para a sociedade. Somos testados duas a três vezes por semana, se baixarmos os braços, o vírus vai vencer por 10-0 o futebol. Poderá ser dramático para o futebol português”, reforçou.

O técnico, que falava na antevisão do jogo com o Benfica, na quarta-feira, da meia-final da Taça da Liga, respondia a uma questão sobre o crescimento dos casos de Covid-19 nos plantéis e sobre se defendia uma medida mais radical.

Os encarnados têm cinco jogadores infetados pelo novo coronavírus, num total de 17 pessoas, incluindo treinadores e elementos do staff, mas Carlos Carvalhal defendeu que o jogo deve realizar-se e lembrou que não se lamentou das quatro baixas pelo mesmo motivo diante do Sporting e Boavista, há cerca de três semanas.

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“Não sou epidemiologista, nem pertenço à DGS [Direção-Geral da Saúde], sou treinador, licenciado em ciências do Desporto, com especialização em futebol. Esta época, já tivemos oito indisponíveis, entre jogadores e staff, e fomos a jogo em Alvalade e no Bessa”, disse.

O treinador frisou que o futebol deve “dar o exemplo” e notou que “todas as equipas vão ser, aqui e ali, penalizadas por um determinado surto”.

“O futebol tem feito um trabalho extraordinário, os casos que houve são absolutamente normais tendo em conta a amostra. Já fui testado para cima de 60 vezes. Se não houver esta competição [Taça da Liga], vai parar também a Primeira Liga, espero que não seja a pressão dos clubes mais grandes que faça com que o campeonato pare, a não ser que a DGS o determine”, disse.

Em relação ao embate com o Benfica, que o Sporting de Braga derrotou no campeonato, na Luz (3-2), o técnico considerou que “os jogos são todos diferentes”, admitindo que o facto de ter ganho para a Primeira Liga, em 8 de novembro do ano passado, “poderá ter o significado de saber que é possível vencer mesmo defrontando um grande Benfica”.

“Vão estar em campo duas equipas boas, que vão querer ganhar o jogo. Nós temos intenção de seguir em frente, estamos na máxima força, queremos fazer um grande jogo e vencê-lo”, disse.

O Sporting de Braga é o atual detentor do troféu, mas o treinador rejeitou favoritismos.

“Seremos sempre outsiders no panorama do futebol português, mas lutaremos dentro de campo para, se os três grandes não estiverem no seu melhor, o Braga passar-lhes a perna. Vamos para todos os jogos com a intenção de vencer, independentemente do campo e do adversário”, afirmou.

O técnico revelou que, “sem qualquer bluff”, Paulinho “ainda sente algum desconforto” e, por isso, “está em dúvida ainda” e só no dia do jogo poderá saber se está disponível.

Carlos Carvalhal disse ainda que estará no Sporting de Braga “até três vetores convergirem”: a satisfação em relação ao seu trabalho do presidente e da administração, dos jogadores e da massa associativa.

“Isso pode durar uma semana, um mês, um ano ou 10 anos”, disse.

Sporting de Braga e Benfica defrontam-se a partir das 19h45 de quarta-feira, no Estádio Municipal de Leiria, Dr. Magalhães Pessoa, num jogo que será arbitrado por Fábio Veríssimo, da associação de Leiria.