Olhando para a agenda esta segunda-feira, dia 18 de janeiro seria só mais um dia de campanha de João Ferreira, com a particularidade de contar com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. Mas na cidade do vidro, toda a gente conhece o monumento ao vidreiro (numa das rotundas principais) e reconhece o dia 18 de janeiro. Anualmente há celebrações, invocações e homenagens. O dia passou a estar marcado na agenda em 1934, quando centenas de operários da Marinha Grande avançaram para uma revolução. Um marco na história da luta contra o regime de Salazar, depois da entrada em vigor da Constituição de 1933 e das leis laborais (que proibiam, por exemplo, greves e sindicatos). Esta noite, além de Jerónimo de Sousa, esteve também Isabel Camarinha para entregar a João Ferreira 1565 assinaturas simbólicas de membros das Organizações Representativas dos Trabalhadores. No cardápio de temas do dia houve fascismo, Constituição, trabalhadores e revoluções.
Podia ser só mais uma ação de campanha de João Ferreira, num terreno onde os comunistas têm uma implementação digna de registo, mas havia mais recados a dar. A história conta e é especialmente cara aos comunistas, numa altura em que se veem confrontados com o crescimento do populismo em Portugal. Jerónimo de Sousa foi até à Marinha Grande dizer que não se combatem projetos reacionários se se continuar “a apostas nas políticas que dão espaço à revolta e indignação popular” e, além disso, se se continuar a apostar “nos protagonistas dessas políticas”. Antes, tinha começado o discurso a lembrar os vidreiros “que se levantaram contra o fascismo” e “lançaram as sementes” que 40 anos depois despontavam no dia 25 de Abril (pela mão das gerações seguintes).
Recusando a ideia de que as eleições estão ganhas, pelo atual Presidente da República e recandidato, Jerónimo lembrou que “não há vencedores antecipados e que só no fim se contam votos”. Mas mais que não haver um vencedor à partida, Jerónimo não quer ver a eleição reduzida a “truques eleitoralistas” de “quem fica à frente de quem”. Diz o secretário-geral do PCP que essa ideia “apaga a realidade de reforço da candidatura de João Ferreira como a candidatura que melhor garante o combate” em defesa dos valores dos que “estiveram na linha da frente dos combates pela liberdade e democracia”.
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