O caso dos “falsos positivos” de Nuno Mendes e Sporar, e sobretudo a vontade manifestada pelo Sporting em poder utilizar ambos os jogadores na Final Four da Taça da Liga a começar pela meia-final com o FC Porto desta terça-feira, levou também o Sp. Braga a manifestar-se “indignado” por aquilo que descreve como um “tratamento de exceção” requerido pelo conjunto verde e branco, à semelhança do que tinham referido na véspera os dragões.
“Como é do conhecimento público, o SC Braga viu-se privado de vários jogadores devido a testes positivos à Covid-19. Mais: diante do Boavista e do Sporting (ambos fora de casa), a nossa defesa foi totalmente dizimada pelo vírus, com Bruno Viana, Tormena e David Carmo a ficarem arredados das opções, aos quais se juntou ainda o André Castro”, recordaram os minhotos. “Como clube cumpridor das regras, o SC Braga aceitou o impacto da pandemia, colocou imediatamente os jogadores em isolamento durante os 10 dias exigidos pelo protocolo da DGS para o futebol, não contestou resultados positivos e, após este período, só voltou a reintegrá-los em treino no momento em que testaram negativo à Covid-19, alguns dos casos bem depois dos 10 dias exigidos por lei”, prosseguiram.
“As regras são explicitas e, julgávamos nós, tinham sido elaboradas com a obrigatoriedade de TODOS os clubes as cumprirem. Qual não é a nossa surpresa quando ontem, ao final da tarde, somos confrontados com dois ‘falsos positivos’ por parte do Sporting, alegando um putativo erro do laboratório de análises (entretanto desmentido ao jornal O Jogo pelo diretor clínico da UNILABS, Maia Gonçalves)”, advoga o comunicado. Todavia, e numa informação confirmada pelo Observador esta manhã, os responsáveis verde e brancos terão remetido para as autoridades o esclarecimento por parte dos laboratórios sobre a existência desses dois “falsos positivos”.
Sporting confirma Nuno Mendes e Sporar e acusa FC Porto de “pressão inaceitável”
“O SC Braga mostra-se profundamente indignado pela intenção do Sporting em ter um tratamento de exceção neste contexto pandémico, não só face ao protocolo vigente a nível da Liga profissional de futebol, como no que diz respeito à sociedade em geral. Iremos estar particularmente atentos à decisão soberana das autoridades locais de saúde, confiando que se mantenha o cumprimento escrupuloso das normas vigentes”, destaca a formação arsenalista, em linha com o que tinha sido reclamado na véspera pelo FC Porto que, no limite, admitiu mesmo ponderar a participação nesta Final Four da Taça da Liga, que se vai realizar em Leiria.
“Saliente-se que o não cumprimento do protocolo (aceite por todos os clubes na altura da retoma) irá, certamente, provocar um cenário anárquico, caótico e disruptivo no futebol português, havendo, inclusivamente, o sério risco de todas as competições profissionais serem feridas de morte ao ponto de não se concluírem. O SC Braga continuará a cumprir escrupulosamente as regras definidas pelo protocolo da DGS, mas exige que todos os restantes clubes o façam de forma igual e sem exceções, nem que para isso seja necessária a imediata intervenção da Liga, da FPF ou do Governo”, concluiu o comunicado divulgado esta manhã pelo Sp. Braga.