Álvaro Beleza, diretor do serviço de sangue do Hospital Santa Maria, alertou esta segunda-feira para a escassez de reservas de sangue nos hospitais portugueses. Os tipos de sangue A+, A- e O- são aqueles em que os níveis estão críticos, dando apenas para mais 4 a 7 dias. ““Vi o stock de sangue como nunca tinha visto”, descreve.

Na origem da falta de sangue dos hospitais, está a pandemia e o confinamento, que fazem com que as pessoas se “acanhem um pouco” em ir aos hospitais, dado o medo de contraírem Covid-19.

Álvaro Beleza alerta, no entanto, para a situação “difícil” a que as reservas de sangue chegaram, dado que os serviços hospitalares continuam a funcionar. “Temos de continuar a operar os doentes com cancro e com outras patologias”, diz, acrescentando que o SNS “precisa de sangue para continuar a fazer cirurgias”.

A Covid-19 também veio afetar as reservas de sangue, principalmente no tipo A. Segundo alguns estudos apontados por Álvaro Beleza, as pessoas com este tipo de sangue podem sofrer mais complicações decorrentes do novo coronavírus.

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Hoje [esta segunda-feira] quando cheguei [ao hospital Santa Maria], vi o stock como nunca tinha visto. Fiquei preocupado. Temos um décimo daquilo que precisávamos de ter para o grupo A”, revelou Álvaro Beleza na Edição da Noite, na SIC Notícias.

Tendo em conta a situação “difícil”, o médico apela a que se vá dar sangue, ato que é “seguro”. E descarta qualquer possibilidade de contrair Covid-19 no momento em que faz a recolha de sangue: “Não há nenhuma evidência, é seguro, é dos sítios mais seguros, temos todos os cuidados com os dadores […] É seguro, é urgente, é necessário”, afirma Álvaro Beleza.

Para além disso, o profissional do Hospital de Santa Maria revela que, no novo confinamento nacional, dar sangue “é uma das poucas exceções” previstas.

Neste momento, as reservas de sangue A+, A- e O- estão com folga de 4 a 7 dias. As de O, B+ e AB- chegam para 7 dias. Já o tipo de sangue AB+ tem folga para 10 dias.