“Gostaríamos de ter mais um dia de descanso mas vamos apostar tudo para vencer a Taça da Liga. Viemos com lugar marcado ate sábado, as malas estão no hotel. O pior que podia acontecer era pegar nas coisas e ir embora. Queremos muito vencer esta final e vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para vencer o Sporting no sábado”, dizia Carlos Carvalhal, no final do encontro frente ao Benfica que terminou com a vitória dos minhotos por 2-1. Além de ser o primeiro treinador a ganhar a Taça da Liga (V. Setúbal), que vai tentar reconquistar 13 anos depois, o técnico mostrava a sua satisfação por poder defender o título ganho pelo Sp. Braga na última época, quando Rúben Amorim era treinador. E o MVP dessa passagem foi curiosamente um jogador que só passou a ser aposta com o agora técnico do Sporting, no início do ano de 2020 quando assumiu os minhotos.

Mesmo fora do próprio quintal, continua a ser um Horta a ditar as leis (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

Formado no São Paulo, onde passou por vários escalões até aos Sub-23, Vítor Tormena estreou-se em Portugal pelo Gil Vicente, tendo feito 38 jogos logo na época de estreia, e foi depois cedido ao Portimonense. A temporada nos algarvios valeu uma transferência para o Sp. Braga em 2019 mas o central acabou por ser poucas ou nenhumas vezes opção de Ricardo Sá Pinto também com algumas lesões à mistura. Depois, no início do ano de 2020, Rúben Amorim assumiu o comando da equipa e apostou numa estratégia de três defesas que abriu o espaço que não tivera até então, tendo estado na equipa que conquistou a Taça da Liga frente ao FC Porto.

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Este verão, pelas boas exibições feitas, o gigante de 1,92m chegou a ser apontado a alguns clubes nacionais (em concreto o Sporting, de Amorim) e estrangeiros mas permaneceu na Pedreira, mesmo não sendo sempre titular com a passagem de Carlos Carvalhal em muitos muitos do 3x4x3 para o 4x2x3x1 e condicionado pela pior altura dos arsenalistas durante a pandemia, quando o brasileiro, Bruno Viana, David Carmo e Castro foram infetados com Covid-19 (a par de mais quatro elementos do staff bracarense) e falharam os encontros frente a Boavista e Sporting. Depois de voltar na Taça de Portugal frente ao Torrense, Tormena foi suplente não utilizado em Paços de Ferreira e assumiu esta noite a titularidade, terminando como MVP da passagem à final da Taça da Liga.

Além de ter sido um dos elementos preponderantes no eixo recuado, o central foi também lá à frente fazer a diferença e, aproveitando um lapso de marcação de Todibo, voltou a marcar na presente temporada o 2-1 final, naquele que foi o terceiro golo da temporada após AEK Atenas e Olímpico de Montijo, um recorde na carreira.

“Por agora, fica a sensação de objetivo cumprido, estou mais feliz por saber que a equipa se entregou. Sabíamos que Benfica é uma equipa forte, que tínhamos de estar no melhor para vencer e conseguimos fazer isso. Casos de Covid-19 no adversário? O Benfica é equipa muito boa, teria sempre ótimos jogadores independentemente de quem jogasse, mas conseguimos entrar, mostrar o melhor e vencer. Final com o Sporting? O que prometemos é que vamos dar o máximo para defender o título e correr do início ao fim a jogar de igual para igual. Temos de estar no nosso melhor porque o Sporting é uma equipa boa mas vamos entrar para ganhar”, comentou Vítor Tormena na zona de entrevistas rápidas da Sport TV após o encontro em Leiria.