Os trabalhadores da refinaria de Matosinhos dizem que a Galp lhes propôs esta terça-feira”remendos” numa reunião para debater as consequências do encerramento da infraestrutura, disse Manuel Bravo, da Fiequimetal, à Lusa.

O responsável da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), que esteve no encontro com a Comissão Sindical do Site-Norte e a administração da Galp, referiu que a empresa “vai apresentando remendos”, como “a possibilidade de encaixar aqueles trabalhadores em outras empresas do grupo”.

A empresa apontou ainda a possibilidade de dar aos colaboradores “competências e formação para que mais facilmente ingressem no mercado de trabalho em outras empresas” e “de transferências de trabalhadores de Matosinhos para Sines”, adiantou.

Manuel Bravo garante que “há abertura das duas partes” e que os trabalhadores “estão a aguardar que a empresa forneça dados objetivos relativamente à continuidade da refinaria”.

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Não ficou, para já, marcada outra reunião, indicou.

O Conselho de Administração da Galp garantiu no dia 13 de janeiro que os 401 trabalhadores da refinaria de Matosinhos, que será encerrada este ano, serão ouvidos e tratados “com respeito e adiantou que há várias “caminhos possíveis” para aquelas pessoas.

Deixar bem claro que a primeira responsabilidade em relação a estes colaboradores cabe à Galp. As pessoas serão ouvidas e todas serão tratadas com respeito e com a dignidade que se exige”, garantiu José Carlos Silva, membro do Conselho de Administração da Galp, ouvido no parlamento, pela Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, a requerimento do grupo parlamentar do PS.

O responsável sublinhou que os 401 trabalhadores afetos à refinaria de Matosinhos são a “principal preocupação” da empresa e apontou que estão a ser estudadas “as melhores soluções”, entre as quais a continuação de 60 trabalhadores afetos ao setor logístico e, para os restantes, estão entre os cenários em avaliação a mobilidade interna e processos de reformas e pré-reformas.

Entre os “vários caminhos possíveis”, disse, está também a abertura de processos de contratação na empresa, no sentido de integrar aqueles trabalhadores noutras funções dentro do grupo Galp.

Em causa está o anúncio, em 23 de dezembro, de que a Galp vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir deste ano.

A decisão afeta, segundo a empresa, 401 postos de trabalho diretos e, segundo os sindicatos, 1.000 indiretos.