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"Sobressalto cívico". Assis suplica à esquerda que Ana Gomes fique à frente de Ventura

Este artigo tem mais de 2 anos

Francisco Assis quer "sobressalto cívico" para Ana Gomes ficar à frente de Ventura. Pedro Nuno aparece amanhã, mas Ana Gomes já retribuiu apoio: vai "encorajar" ministro a avançar na liderança do PS.

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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Artigo em atualização ao longo do dia

“Segunda-feira já será tarde”. Francisco Assis apareceu esta noite, presencialmente, no Coliseu do Porto, para deixar um aviso à navegação da esquerda-democrática: votar, votar, votar para Ana Gomes ficar “em segundo lugar” na primeira volta das presidenciais, isto é, para ficar “claramente” acima da “personagem protofascista” (André Ventura) que Assis compara a um pequeno “Benito Mussolini” à portuguesa.

Objetivo: ir à segunda volta. Para isso, o dirigente socialista pediu um “sobressalto cívico” à esquerda democrática.Mesmo que tenham “pequenas razões para não votar” em Ana Gomes, que ponham as divergências de lado por uma “razão maior”.

Assis está convencido de que isso está “mais ou menos garantido”, mas para não ser surpreendido no domingo, apela efusivamente ao voto dos socialistas e de toda a “esquerda democrática, que é muito ampla e diversa”. “É muito importante que a doutora Ana Gomes fique em segundo lugar na primeira volta das eleições, e estou convencido de que isso está mais ou menos garantido”, disse, apelando a que Ana Gomes fique “a uma larga distância do candidato da extrema-direita”, porque, caso contrário, isso será “um mau pronúncio para o que se vai passar nos próximos tempos no país”.

E usou todos os argumentos para o defender: o “património” de Mário Soares, Salgado Zenha, Manuel Alegre, Jorge Sampaio ou António Guterres, os “méritos próprios” da candidata e o que aconteceu em França quando Jean Marie Le Pen conseguiu derrotar o candidato socialista e ir a uma segunda volta com Chirac. No dia seguinte, França acordou “arrependida”.

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Ana Gomes, na intervenção que fez no mesmo “comício virtual” também chamou a si o património dos socialistas. “Estou aqui como socialista, a pensar socialista, a agir como socialista e estou aqui pelas razões por que foi fundado o PS. Esse PS que nunca faltou a nenhum combate pela democracia e este é um combate pela democracia”, disse, pedindo união. Também Paulo Pedroso, Tiago Barbosa Ribeiro e Manuel Alegre, que criticou a falta de comparência do PS nestas eleições, participaram no evento, que foi visto por cerca de seis mil pessoas através de plataformas como o Facebook, Twitter e Youtube.

Domingo é decisivo e “pode ser determinante para o futuro da esquerda democrática”. Questionado sobre se não era sinal de pouca ambição apelar ao segundo lugar nas eleições, Francisco Assis assumiu estar a ser realista. “Não ignoramos a realidade, o professor Marcelo Rebelo de Sousa vai ficar em primeiro lugar, a questão é saber se vai haver ou não segunda volta”, disse, apelando a um “sobressalto cívico no domingo”. Porque segunda já é tarde demais.

Ana Gomes retribui apoio de Pedro Nuno Santos. “Encorajarei a avançar se se abrir discussão da liderança no PS”

Os cães ladram e a caravana continua a passar. Depois de ter visitado uma associação de proteção animal, acompanhada de uma deputada do PAN, Ana Gomes voltou a centrar o discurso nos socialistas. Pode não ter apoios de peso, num PS dividido entre a candidata socialista e Marcelo Rebelo de Sousa, mas teve esta quinta-feira Francisco Assis num comício e, no último dia, terá o ministro Pedro Nuno Santos a encerrar a campanha. E Pedro Nuno Santos não é um ministro qualquer. É um “ministro que tem ambições” e essas ambições não são de subestimar. Aliás, Ana Gomes até já vai retribuindo o apoio afirmando que irá apoiar Pedro Nuno Santos se — ou quando — avançar com uma candidatura para a liderança do PS no futuro próximo ou não.

“Eu serei uma das pessoas que encorajará Pedro Nuno Santos a avançar se um dia se abrir a discussão da liderança no PS”, disse em declarações aos jornalistas quando questionada sobre se o apoio do ministro das Infraestruturas era importante não só por ser um membro do Governo mas também um dirigente socialista com ambições conhecidas no futuro do PS.

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

Ana Gomes paga adiantado apoio de Pedro Nuno Santos

Com a campanha eleitoral a chegar ao fim, vai sendo tempo de balanços, e Ana Gomes não hostiliza António Costa, secretário-geral do PS, por ter tomado a decisão de não a apoiar, e não arrisca qualquer tipo de “processo de intenções” quando questionada sobre se a direção socialista poderia ter de alguma forma induzido dirigentes do partido a não aparecerem publicamente ao seu lado. Mas a crítica que faz desde a primeira hora mantém-se: “O PS devia ter apresentado um candidato, devia ter comparecido a estas eleições, e é por isso que eu estou aqui”, disse. “Eu estou aqui numa altura em que a democracia está sob ataque, e nunca escondi que sou socialista”, reforçou.

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

2ª volta. “Marcelo é que andou a trabalhar para abstenção”

No penúltimo dia de campanha, Ana Gomes falou da segunda volta. Depois de ter reunido com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, presidida pelo Padre Lino Maia, onde pediu um reforço do financiamento estatal para as IPSS numa altura de maiores necessidades devido à pandemia, a candidata socialista foi questionada sobre o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter alertado para o facto de uma elevada abstenção poder conduzir a uma segunda volta.

“Se eu não estivesse de máscara viam como me estou a rir”, começou por responder a candidata, acusando Marcelo Rebelo de Sousa de ter sido o primeiro a desvalorizar as eleições e, com isso, a contribuir para a elevada abstenção. “Foi o professor Marcelo que andou aqui a desvalorizar e a trabalhar para a abstenção”, disse, criticando que “de repente tenha acordado e feito uma cambalhota” para ver se ainda ia a tempo de travar a abstenção. “Há muito tempo que ando a apelar para irem votar, não obstante a ansiedade e o medo da pandemia” porque além da emergência sanitária também há uma emergência democrática, sugeriu.

Caso haja uma segunda volta, contudo, Ana Gomes não tem dúvidas de que será disputada por si e por Marcelo Rebelo de Sousa. “Sempre acreditei que a segunda volta é possível, sempre trabalhei para isso, e claro que sou eu que estou em posição de a disputar com o professor Marcelo Rebelo de Sousa”, disse.

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