789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Pode não ser uma catástrofe mas está lá perto: Liverpool perde, não marca há quatro jogos para a Premier e não ganha há cinco jornadas

Este artigo tem mais de 3 anos

Klopp pensou no Man. United e no Tottenham e não pôs Salah e Firmino de início. Liverpool perdeu com o Burnley (0-1), não marca há quatro jogos, não ganha há cinco e já está a 6 pontos da liderança.

FBL-ENG-PR-LIVERPOOL-BURNLEY
i

O treinador alemão atravessa, provavelmente, a pior crise desde que chegou a Liverpool

POOL/AFP via Getty Images

O treinador alemão atravessa, provavelmente, a pior crise desde que chegou a Liverpool

POOL/AFP via Getty Images

O principal problema do Liverpool esta temporada tem sido algo surpreendente. E nem precisamos de falar necessariamente das lesões que dizimaram a defesa, da ausência de pré-época que dificultou a preparação de todas as equipas ou do calendário apertado que complica a vida a todos os clubes que competem nas competições europeias. O principal problema do Liverpool esta temporada tem sido a falta de golos: algo que é estranho numa equipa que tem um dos melhores tridentes ofensivos do mundo, com Mané, Salah e Firmino.

Por esta altura na época passada, ao fim de 18 jornadas da Premier League, o Liverpool tinha marcado 46 golos. Esta temporada, no mesmo período, marcou 37 — um número que seria claramente mais baixo sem a goleada por 7-0 frente ao Crystal Palace em dezembro. Desde esse resultado dilatado, porém, o Liverpool só tinha marcado uma vez nos quatro jogos que se seguiram para o Campeonato (num empate contra o West Bromwich). Ou seja, registava três encontros consecutivos sem marcar qualquer golos, algo que não acontecia desde o início de 2005, há mais de 15 anos.

Bruno tentou de tudo e não queria sair mas ninguém desfez o nulo em Anfield (e o United continua líder isolado da Premier)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O problema? Nem sequer Jürgen Klopp consegue explicar o que se passa com o Liverpool. Depois do empate do fim de semana com o Manchester United, a equipa chegou à quarta jornada seguida sem conseguir ganhar para a Premier League e caiu para o quarto lugar da classificação. “Não há uma explicação fácil. Sempre desperdiçámos oportunidades, mas depois criávamos outra que aproveitávamos e era assim. Mas temos de continuar. Nestas situações, no futebol, temos sempre de continuar. Temos de tentar evitar o que se diz à nossa volta, porque as coisas são mesmo assim, é futebol, toda a gente quer ver golos. Se não marcas golos, toda a gente vai falar sobre isso. Mas temos de continuar focados em fazer as coisas certas. Não podemos forçar, rematar apenas ou algo do género. É mais importante a forma como reagimos a uma oportunidade falhada. Tem a ver com criar, temos de criar, criar e criar. E aí vamos marcar”, explicou o treinador alemão, acrescentando que é algo “que não se pode mudar num minuto”.

“Alguém precisa de manter a calma. Não é uma catástrofe. Não é perfeito, mas vi a equipa dar bons sinais no jogo com o Manchester United. Como não vencemos, ninguém quis saber. Não conseguimos marcar, é isso, mais nada. Temos um trabalho a fazer e estamos a trabalhar para isso. Sabemos que não estamos na posição que queríamos. Temos de lutar”, disse Klopp, terminando com a garantia de que Diogo Jota — que estava num grande momento de forma antes de se lesionador — ainda precisa de “mais algumas semanas” antes de regressar às opções do Liverpool.

Esta quinta-feira, os reds tinham uma boa oportunidade para voltar às vitórias e aos golos. Em casa, contra o Burnley, os campeões em título defrontavam uma equipa que está à beira da zona de despromoção e que só ganhou quatro vezes desde o início da temporada. Além disso, a equipa de Jürgen Klopp tinha já de responder aos resultados positivos de Manchester United, Manchester City e Leicester para não perder ainda mais o comboio do topo da classificação. Tudo isto na antecâmara de uma dupla jornada dura: no domingo, o Liverpool volta a encontrar o Manchester United para a quarta eliminatória da Taça de Inglaterra, enquanto que na próxima quinta-feira visita o Tottenham, que está logo um lugar atrás na tabela.

Ciente deste calendário exigente, Klopp aproveitava a receção ao Burnley para deixar Salah e Firmino no banco e lançar Shaqiri e Origi para o onze inicial, em conjunto com Mané. A boa notícia para o Liverpool, porém, era um regresso: o central Matip estava recuperado da lesão que sofreu há cerca de um mês e voltava ao eixo defensivo, onde fazia dupla com Fabinho, um médio adaptado a central face às ausências prolongadas de Joe Gomez e Van Dijk. Ainda assim, e naquilo que esta época já parece uma maldição para o clube, a boa notícia apareceu acompanhada de uma preocupação. Jordan Henderson, o capitão que esta quinta-feira podia voltar ao meio-campo depois de nos últimos dois jogos ter sido central devido à lesão de Matip, sofreu uma lesão muscular e era substituído por Oxlade-Chamberlain, que completava o trio intermédio com Wijnaldum e Thiago Alcântara.

Os primeiros 15 minutos foram suficientes para perceber, pelo menos de uma forma superficial, o que se passa com o Liverpool. De forma natural, os reds assumiram a dianteira da partida, a posse de bola e a iniciativa, colocando a dupla de centrais a poucos metros da linha do meio-campo. O ataque avançava principalmente pelo corredor esquerdo, onde Robertson apresentava um entendimento acima da média com Mané e descobria muitos espaços à entrada da grande área, com o senegalês a recuar para depois procurar soluções. Nada disto, porém, criou uma verdadeira oportunidade de golo. Do outro lado, o Burnley assustava a defesa de Liverpool sempre que colocava uma bola longa na frente: a defesa dos reds parecia totalmente descompensada e desorganizada, sem movimentos de conjunto e sem coordenação, algo natural face às inúmeras mudanças que Jürgen Klopp tem sido obrigado a fazer neste setor desde o início da época. Alisson evitou o primeiro golo do jogo depois de um remate de Ashley Barnes, na sequência de um lance em saiu em falso (13′), e ficava a ideia de que a equipa de Sean Dyche podia marcar através de uma bola colocada nas costas da defesa adversária.

O primeiro momento mais perigoso do Liverpool apareceu através de um remate ao lado de Shaqiri (21′), que estava a dar-se muito ao jogo e procurava espaços interiores para oferecer o corredor às subidas de Alexander-Arnold. A melhor oportunidade dos reds na primeira parte surgiu no quarto de hora que antecedeu o intervalo — e que foi totalmente controlado pelo Liverpool, com a equipa a chegar a valores perto dos 85% de posse de bola: Origi aproveitou um erro de Ben Mee para ficar isolado na cara de Nick Pope mas acabou por acertar no poste (44′). O primeiro tempo, porém, não terminou sem um momento caricato.

Nick Pope bateu um pontapé de baliza, o árbitro da partida apitou para o intervalo enquanto a bola ainda estava no ar — e Jürgen Klopp iniciou desde logo uma corrida apressada para o balneário. O treinador alemão, contudo, acabou por voltar atrás quando percebeu que algo ainda se passava no relvado. Na disputa da bola que sobrou do pontapé de baliza do guarda-redes do Burnley, Fabinho acertou em Ashley Barnes e o avançado inglês caiu no relvado com algumas queixas. Fabinho viu o cartão amarelo desde logo mas a primeira parte ficou em suspenso porque o VAR ainda estava a analisar a possibilidade de um eventual vermelho para o brasileiro. O amarelo foi confirmado, os jogadores recolheram ao balneário e todo o episódio foi ainda acompanhado por uma discussão acesa entre Klopp e Dyche no túnel de acesso aos balneários.

Na segunda parte, à beira da hora de jogo, Klopp decidiu que estava na hora de lançar Salah e Firmino e tirou Origi e Oxlade-Chamberlain. O maior fluxo ofensivo do Liverpool, acompanhado por algumas oportunidades que deram muito trabalho ao guarda-redes Nick Pope, obrigaram o Burnley a procurar esticar também o jogo para não ficar asfixiado no próprio meio-campo. Barnes obrigou Alisson a uma enorme defesa (67′), já depois de Sean Dyche ter lançado Gudmundsson, e a equipa do norte de Inglaterra vivia o momento mais ambíguo da partida: entre estar perto de marcar e estar a defender pior, sempre perto de sofrer um golo.

Aos 82 minutos, numa altura em que Minamino se preparava para entrar e o Liverpool estava a asfixiar por completo o Burnley, Alisson fez falta sobre Ashley Barnes e provocou uma grande penalidade. Na conversão, foi o próprio Barnes a marcar e a gelar Anfield (83′). O Liverpool perdeu, não marca há quatro jogos para a Premier League, não consegue ganhar há cinco jornadas e está já a seis pontos do líder Manchester United. Klopp garante que “não é perfeito” mas “não é uma catástrofe” — mas anda lá perto.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora