A Associação Nacional de Bombeiros e Agentes da Proteção Civil (Fénix) congratulou-se esta sexta-feira com a inclusão destes profissionais nos prioritários para a vacinação Covid-19, lembrando que esta mudança é o assumir de um erro.

A associação reagia dessa forma ao anúncio do coordenador do grupo de trabalho do plano para a vacinação contra a Covid-19, Francisco Ramos, que numa entrevista ao jornal Expresso diz que está a ser preparada uma proposta para incluir os titulares de altos cargos de decisão e os bombeiros entre os prioritários a vacinar.

Vacinação. Task force vai propor que políticos estejam no grupo de prioritários

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“É com agrado que verificamos a eventual integração dos bombeiros em grupo prioritário de vacinação Covid-19”, escreve a Fénix, lamentando o facto de “não haver ainda datas precisas”.

Em comunicado, a associação insiste que a vacinação dos bombeiros deveria ser uma prioridade desde o início, iniciando-se ao mesmo tempo dos profissionais de saúde.

“Entendemos esta medida tardia, bem assim, como o assumir do erro de não terem considerado vacinar os bombeiros há mais tempo”, escreve, insistindo: “Desejamos que o início da vacinação aos bombeiros, seja o mais célere possível”.

Na entrevista ao Expresso, Francisco Ramos diz que está a ser trabalhada uma proposta “para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão”, considerando que “é essencial estarem protegidos”.

“Os titulares de altos cargos inserem-se aqui. Mas não só. Estamos a falar também de bombeiros, que não são profissionais de saúde, mas que trabalham na emergência pré-hospitalar e transporte de doentes urgentes. Estamos a falar de cerca de 16 mil pessoas”, afirmou.

O responsável apontou ainda as Forças Armadas, sublinhando: “Não basta ser militar para entrar neste primeiro grupo. O primeiro critério é este: qual é a participação destas entidades na proteção para a pandemia e na execução do plano de vacinação? O transporte de vacinas, por exemplo, é feito por elementos da PSP e da GNR, e essas pessoas são essenciais”.

Mas este é um trabalho ainda em curso. Mesmo que já tivesse pronto, estas pessoas ainda não tinham sido vacinadas porque a primeira prioridade foi para os profissionais de saúde, funcionários e residentes em lares”, acrescentou.

A Liga dos Bombeiros Portugueses também tinha lamentado que os bombeiros não tivessem sido incluídos no grupo dos prioritários, mas depois, numa reunião em dezembro com a secretária de Estado, disse que o Governo tinha esclarecido que, apesar de não estarem expressamente referidos no plano inicial, iriam fazer parte deste grupo.

Segundo disse na altura o presidente da Liga, a expectativa que o Governo transmitiu é a de que entre janeiro e março (o período em que deverá decorrer a primeira fase) sejam vacinados 12.500, dos mais de 30 mil bombeiros existentes em Portugal.