A Câmara de Sines vai alargar as refeições escolares aos alunos carenciados do secundário e garantir a sua entrega ao domicílio, abrangendo os diversos níveis de ensino, a partir de segunda-feira, devido ao confinamento geral.

“São medidas que vão mais além do primeiro confinamento” e que, agora, “contemplam o ensino secundário”, explicou à agência Lusa o vice-presidente do município, Fernando Ramos, revelando que “a novidade” é também a entrega das refeições “a casa dos alunos”.

A decisão do Governo de suspender as atividades letivas por 15 dias motivou este apoio da autarquia que, à semelhança do primeiro encerramento, “determinou medidas excecionais” sobre as refeições escolares que passam agora a abranger “todos os níveis de ensino”.

De acordo com o autarca, durante esse período, “foram apoiados cerca de 70 alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo, sendo expectável que o número venha a aumentar, não só porque alargou ao secundário, mas também porque o serviço é prestado de uma forma mais personalizada”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Como temos consciência de que existem muitas famílias em que, por vezes, a melhor refeição é na escola, não podemos deixar esta questão sem resposta”, justificou.

Este serviço de entrega das refeições ao domicílio vai, pois, ser prestado “através de equipas dos serviços de transportes escolares, que estão parados, em conjunto com as auxiliares”, adiantou.

Desta forma, segundo o vice-presidente, a câmara evita deslocações e a concentração de pessoas nas escolas nas horas do levantamento das refeições.

“No primeiro confinamento verificámos que esse era um problema, porque as pessoas têm tendência para se aglomerar. Como queremos proteger as pessoas e os funcionários da autarquia que estão a fazer serviço nas cantinas”, com a entrega em casa “garantimos uma maior segurança”, sublinhou.

A partir de segunda-feira, passam a ser fornecidas refeições escolares a alunos do pré-escolar, dos três ciclos do ensino básico e do ensino secundário que sejam beneficiários dos escalões 1 e 2 da ação social escolar, mediante marcação prévia com os serviços municipais de educação.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou quinta-feira o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino durante 15 dias para tentar travar os contágios pelo novo coronavírus.

António Costa justificou a medida, por “princípio de precaução”, com o aumento do número de casos da variante mais contagiosa do SARS-CoV-2, que cresceram de cerca de 8% de prevalência na semana passada para cerca de 20% atualmente.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.920 pessoas dos 609.136 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.