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Mayan, o otimista, espera "vendaval liberal" contra "o socialismo, o extremismo e o populismo"

Este artigo tem mais de 3 anos

Num comício online que esgotou e deixou apoiantes na fila do "stream", Mayan voltou a vincar diferenças para Marcelo, Ventura e a esquerda. Diz ser alternativa a "socialismo, extremismo e populismo".

Tiago Mayan Gonçalves, candidato às eleições presidenciais 2021, fala aos jornalistas junto à ReFood Foz, onde fez uma ação de voluntariado a que os jornalistas não tiveram acesso, no âmbito de uma atividade de campanha eleitoral, Porto, 20 de janeiro de 2021. FERNANDO VELUDO/LUSA
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Para Mayan, Marcelo é "o presidente que alinhou nas narrativas socialistas, aderiu a pactos de silêncio, e na hora de escolher, escolheu sempre estar ao lado" de Costa

FERNANDO VELUDO/LUSA

Para Mayan, Marcelo é "o presidente que alinhou nas narrativas socialistas, aderiu a pactos de silêncio, e na hora de escolher, escolheu sempre estar ao lado" de Costa

FERNANDO VELUDO/LUSA

A entrada e subida ao palanque onde Tiago Mayan discursou para as câmaras e sem público — presentes estavam apenas os jornalistas e os operadores que gravavam e garantiam a transmissão em direto via Zoom — fez-se ao som de “Come and Get Your Love”, de Redbone.

A canção desta banda norte-americana mas com influência mexicana e indígena, cujo próprio nome (redbone) significa algo como “mestiços”, apela à procura de amor. E o candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal também apelaria ao amor neste discurso de encerramento de campanha, feito num comício-online que atingiu o limite de participantes (mil) e que deixou simpatizantes à porta do stream. Mayan disse ouvir gente que lhe agradece “por ter vindo falar de amor e tolerância contra o extremismo” e reforçou que “hoje, mais do que nunca, não podemos ter medo de falar da força do amor”.

O candidato da Iniciativa Liberal está confiante com o andamento de uma campanha feita maioritariamente online. Aproveitando o embalo dado pelos elogios que lhe foram feitos (maioritariamente à direita) pela prestação nos debates e pelo crescimento nas sondagens, Tiago Mayan mostrou-se otimista: “Domingo vai haver um vendaval liberal”.

Marcelo? “Cúmplice de peso” do Governo “no caminho para o empobrecimento”

Começando por desafiar todos os portugueses anónimos, sem notoriedade mediática, a fazerem como ele e desafiarem quem lhes diz que não conseguem ou não podem ter uma voz ativa, Mayan explicava os motivos da candidatura: “Entrei nesta corrida porque tenho um sonho: quero ajudar a construir um Portugal liberal, humanista, tolerante, onde o mérito conta, onde a coragem vale, onde a responsabilidade é sinónimo de confiança. Quero um Portugal com iniciativa, que não esteja condenado a ser o último do pelotão europeu. Não aceito esse fado. Não me resigno perante a estagnação económica”.

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Sobre o passado de governações socialistas, Tiago Mayan afirmou: “Fomos governados por quem acha que é o Estado quem deve comandar as nossas vidas, que deve escolher por nós e decidir por nós. O resultado está à vista, já fomos ultrapassados por todos no panorama europeu”. Depois disso, visou Marcelo:

Nos últimos 5 anos, o Partido Socialista contou com um cúmplice de peso no caminho para o empobrecimento. O aliado foi Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente que alinhou nas narrativas socialistas, aderiu a pactos de silêncio, e na hora de escolher, escolheu sempre estar ao lado do Governo.”

Nas críticas a Marcelo, que aponta como o seu principal adversário, Tiago Mayan lembrou “os apoios que tem dentro do PS” para dizer que “Marcelo é mesmo o candidato dos donos disto tudo, do grande centrão de interesses”. E voltou a repetir uma das frases mais reiteradas ao longo da campanha: “Se for eleito, Marcelo arrisca-se a terminar o seu mandato como o presidente do País mais pobre da União Europeia”.

A “onda liberal” que espera domingo e a demarcação face aos adversários

O candidato liberal defende que “este movimento cresceu” e puxou dos galões da “onda liberal” que vê crescer: “Aos olhos de muitos, fomos mesmo a grande surpresa destas eleições. Dizem que fomos uma lufada de ar fresco, mas eu prefiro acreditar que seremos uma enorme onda liberal no próximo Domingo. Estou cada vez mais convencido disso”, dizia.

Otimista, Tiago Mayan Gonçalves dizia ainda: “Há cada vez mais gente a não aceitar esta lógica de um país, dois sistemas. Por isso vos digo: domingo vai haver um vendaval liberal”.

Falando já dos motivos para se apresentar como candidato, explicou: “Entrei nesta corrida porque não podia deixar milhares de portugueses sem voz. Não podia deixar este combate entregue a socialistas, extremistas e populistas. Mostrei que há um caminho diferente para quem não se revê no calculismo de Marcelo Rebelo de Sousa, não acredita nos projetos fracassados da esquerda e não aceita dar o seu voto a quem passou a campanha inteira a colocar portugueses contra portugueses”.

3 fotos

O discurso terminou como começou: com agradecimentos, muitos, e com confiança num bom resultado para a candidatura que todas as sondagens dão como devendo superar os 1,3% da Iniciativa Liberal nas últimas legislativas — e podendo até rondar os 4% a 5% de votos, o que significaria o triplo ou mais da votação da IL nessas eleições. “Hoje sou um homem feliz e domingo seremos muitos a sorrir. Conto com o vosso voto mas mais do que isso, conto com os vossos sonhos! Obrigado pela força que me têm transmitido. Muito obrigado”, rematava.

Cotrim enaltece “campanha notável” e põe Marcelo e Ventura no “sistema”

Antes de Tiago Mayan Gonçalves, falou João Cotrim de Figueiredo. O presidente e deputado único da Iniciativa Liberal começou por fazer referência à “presença absolutamente maciça neste comício virtual que encerra a campanha do Tiago Mayan”. E agradeceu ao candidato por ter corporizado uma alternativa a Marcelo Rebelo de Sousa merecedora do apoio da IL, partido do qual Mayan é um dos fundadores:

Esta foi a primeira eleição presidencial em que a Iniciativa Liberal pôde apoiar um candidato. Esse candidato foi e é o Tiago Mayan. Quero, em nome da Iniciativa Liberal e em meu próprio nome, agradecer-te a coragem e persistência. Ultrapassaste medos e manias, inexperiência e falta de notoriedade e fizeste uma campanha notável, realmente notável”, apontou Cotrim.

João Cotrim de Figueiredo reconheceu os “riscos”  associados à candidatura: o “risco de um mau resultado”, a “inexperiência da nossa estrutura de campanha” e um candidato “que não era conhecido dos portugueses”. Mas o balanço feito é positivo: “Penso que os ultrapassámos”.

Defendendo que este é o candidato que corporiza uma “alternativa ao espaço socialista” sem ser “um arauto do sistema” (isto é, Marcelo Rebelo de Sousa) e um “catavento do sistema” (isto é, André Ventura), Cotrim diz que é preciso “acabar com mais de duas décadas de estagnação”, provocada por “políticas estatizantes e socialistas”.

O presidente da Iniciativa Liberal enumerou ainda um conjunto de “ideias pré-concebidas” que são associadas “por má-fé ou preguiça” ao liberalismo. Uma dessas ideias é que o liberalismo defende “zero Estado”. Não é assim, diz Cotrim: “Queremos um Estado pequeno”, mas presente onde tem de estar e a cumprir as suas funções essenciais.

Também não é verdade que a IL esteja “do lado dos ricos e poderosos”, quando o que deseja é “um Estado ao lado de todos os que querem viver a sua vida pessoal, profissional e política em liberdade”, apontou Cotrim. Outro mito é de que estão contra “os servços públicos na saúde, educação ou segurança social”. O que os liberais querem é ter “a máxima qualidade” nestes serviços “sem terem de ser prestados pelo Estado”.

A seguir, João Cotrim de Figueiredo respondeu às críticas feitas ao partido sobre a taxa única de IRS proposta. “Miragem?Funciona em muitos países e seria o melhor argumento para os jovens não precisarem de emigrar para singrar na vida. Não admira que sejam os jovens que melhor percebem a mensagem liberal”.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O presidente da Iniciativa Liberal falou ainda na TAP — “se os negócios são privados, os prejuízos privados são” e aproveitou para voltar a traçar uma separação clara com o projeto político do Chega e de André Ventura, dizendo que a IL não se pode nem “remotamente confundir com quem defende posições racistas, xenófobas e populistas e que sonham com sociedade que de liberal tem absolutamente nada”.

O partido “não se deslumbra e vai seguir o seu caminho” e “privilegia as ideias e não os protagonistas, não hesita em apresentar pessoas novas e convictas para defender ideias liberais”, afirmou Cotrim, acrescentando: “A IL é tudo isto e é também um partido de pessoas dedicadas, desinteressadas e corajosas. O melhor exemplo disto tudo é obviamente o Tiago Mayna. Domingo vamos todos poder votar no Tiago, que todos reconhecem como grande revelação destas eleições pela força das convicções que o Tiago soube exibir. Temos de corresponder com capacidade de mobilização no domingo”.

O discurso terminou assim: “Domingo é dia de mostrar que somos liberais e somos cada vez mais. Domingo é dia de votar Tiago Mayan. Viva a Iniciativa Liberal, viva Portugal e viva a liberdade”.

Seufert quer “PR exigente com o Governo, que é coisa que não tivemos”

O primeiro a falar no comício online de encerramento de campanha foi o mandatário da candidatura, Michael Seufert. O centrista, que não alinhou com o anúncio de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa feito pela direção do seu partido (CDS), afirmou: “Disse há muitos meses que seria terrível se estas eleições fossem um passeio para o Presidente incumbente, se de um lado estivesse Marcelo Rebelo de Sousa e do outro lado as 50 sombras de populismo e socialismos”.

Estava tudo bem, tudo resolvido, o próprio Marcelo Rebelo de Sousa tratou as eleições como se fossem um pró-forma: não gravou tempos de antena, não publicou nenhum tipo de programa, fazia os debates como se estivesse numa oral cheio de pressa”, acrescentou Seufert.

Defendendo que o seu candidato conseguiu cativar “um eleitorado muito assinalável, de cores políticas diversas”, Seufert afirmou ainda que Tiago Mayan “tem a visão de um Presidente exigente com o Governo, que é coisa que não tivemos”. E acrescentou: “Um caminho para um país diferente é um caminho mais liberal”.

Para Seufert, a obrigação de um Presidente da República que não seja socialista é “ser exigente, pedir explicações, pedir responsabilidades”. E Marcelo não o fez, acrescentou.

O mandatário citou ainda o caso da morte de um cidadão ucraniano às mãos do SEF e da polémica em torno do Procurador Europeu para visar Marcelo e o PS: “A palavra responsabilidade não consta do léxico do socialismo e nunca aparece no meio da incontinência verbal de Marcelo Rebelo de Sousa”.

Michael Seufert agradeceu ainda ao candidato por ter ido “à luta”, por não ter deixado abandonado “o espaço democrático” de “oposição ao socialismo”. E terminou deixando um repto: “Domingo peguem numas luvas, numa caneta, num gorro, numa gola alta, equipem-se dignamente e vão votar. Ponham o X na caixinha do Y, à beira do nosso Mayan. Tenho a certeza, Tiago, que vais ter um grande resultado, que vamos ter um grande resultado”.

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