Ao admitir que a Volkswagen AG ultrapassou ligeiramente o limite de emissões de dióxido de carbono (CO2) previsto para 2020, em parte devido à pandemia Covid-19, o seu CEO, Herbert Diess, abriu a porta às pesadas multas que o grupo alemão irá ter de enfrentar, que segundo a Reuters rondam 100 milhões de euros.

Apesar da aparente violência da penalização, há muito que eram conhecidos os objectivos impostos aos fabricantes de veículos, em matéria de emissões, bem como as penalidades em caso de incumprimento, uma vez que foram determinados pela directiva EC 443, de 2009.

A estratégia da Volkswagen AG passava por lançar o ID.3 antes do final de 2019, para depois comercializar cerca de 150.000 unidades em 2020, o que serviria para baixar o CO2 médio emitido por todos veículos vendidos na UE. Mas cerca de um ano de atraso na comercialização do primeiro ID expôs o grupo às multas, mesmo depois de o conglomerado germânico ter adquirido créditos de carbono à MG, pertença do construtor chinês que é o sócio da VW na parceria chinesa.

Volkswagen troca vendas de ID.3 por MG

Apesar do esforço, a média de emissões de CO2 do Grupo VW (que inclui as marcas Volkswagen, Audi, Skoda, Seat, Porsche, Bentley, Lamborghini e Bugatti), durante 2020, terá ficado nos 99,8g, apenas 0,5g acima do objectivo determinado pela UE para o grupo alemão, de acordo com o que foi avançado pela Reuters. Curiosamente, este valor deveria implicar uma multa superior a 200 milhões, uma vez que o grupo deverá ter vendido no ano transacto na Europa mais de 4,5 milhões de veículos, o que a 95€ por grama aponta para cerca do dobro do mencionado pelo construtor.

Este vai ser um ano difícil para muitos dos fabricantes de automóveis que operam no mercado europeu, pois será em 2021 que se vão determinar as emissões de CO2 de 2020 e calcular as multas para os eventuais prevaricadores, com a certeza que a VW não será a única a ter de prestar contas. A União Europeia determinou que todos os construtores tinham de respeitar o limite máximo de 95g de CO2 por quilómetro (em 2015 eram 130g), valor que pode sofrer pequenas correcções para o adaptar ao tipo de veículos produzidos, com as marcas especializadas em modelos mais volumosos e pesados a ver a fasquia elevada.

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