O PSD Portimão acusou este domingo a autarquia de desorganização nos testes à covid-19 aos membros das mesas de voto na véspera das eleições presidenciais, mas o executivo defende que testagem não era obrigatória e cedeu aos pedidos dos presidentes das mesas.

Em comunicado, a concelhia de Portimão do Partido Social Democrata (PSD) acusa o executivo camarário de “insatisfatória organização” e “incumprindo a não deslocação entre concelhos” por indicar “por SMS” que os membros pertencentes às mesas de voto teriam pouco mais de 30 minutos para agendar um teste que teriam de ser feito em Loulé, a quase 60 quilómetros da sede do concelho, até às 17:30 de sábado.

O PSD de Portimão relembrou que existe “um posto de testagem público no Portimão Arena, referenciado pela Saúde24” — sendo o de Faro pertencente à esfera do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC) —, e realçou que “discorda em absoluto da desorganização do Município de Portimão, que incumpre nas normas da DGS e do próprio Governo”.

Contactado pela Lusa, o executivo portimonense informou que houve uma reunião com todos os presidentes de mesa “no sábado à 12:00” para ser apresentado o plano de contingência das assembleias de votos, altura em que vários presidentes de mesa “levantaram a questão se iriam ou não ser testados antes do momento das eleições”.

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O vice-presidente da câmara de Portimão revelou que “perante a insistência” e para evitar um cenário onde as “mesas não abrissem” a autarquia disponibilizou “testes previamente comprados” ao ABC para que os “elementos das mesas que quisessem ser testados” o pudessem fazer.

Questionado, Filipe Vidal sustentou que a testagem para os membros das mesas de votos “não foi prevista” porque a autarquia optou por seguir “as recomendações que a DGS emanou”, realçando que “a testagem não está prevista em lado nenhum”.

Como a reunião só terminou “à uma da tarde”, a única hipótese de se “fazer o teste e ter o resultado antes das 8:00 deste domingo era fazê-lo até às 17:00, mas só podia ser no Estádio Algarve”, tendo sido enviado um SMS “a todos os membros das mesas” para que “quem quisesse se inscrevesse para fazer o teste”, apontou.

Filipe Vidal defendeu que “do ponto de vista epidemiológico” fazer o teste “não faz sentido” porque se houver uma infeção com três dias “muito provavelmente o teste vai dar negativo” e pode dar “uma falsa sensação de segurança”, algo que defendeu ter afirmado na reunião de sábado.

O autarca realçou que explicaram aos membros das mesas que “apesar de o teste vir negativo não quer dizer que não pudessem estar positivos” se ainda estiverem dentro do período de incubação do vírus, instando-os que “se deveriam comportar como se toda a gente tivesse positiva”, cumprindo todas as regras indicadas pela DGS.

“Fazer o teste foi só uma questão mais psicológica para as pessoas sentissem menos receio” conclui.