O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apelou à participação dos portugueses no “importantíssimo ato eleitoral” deste domingo, momentos após ter votado no Pavilhão Desportivo do Agrupamento de Escolas de Santa Iria da Azoia, Loures.

“[Perante] a situação que vivemos e a pressão a que as pessoas são submetidas, naturalmente, pode haver sensação de insegurança que leva a não vir participar neste importantíssimo ato eleitoral. Mas, respeitando as normas que as entidades públicas colocaram, vale a pena vir votar, porque a proteção na Saúde é um direito fundamental, o direito de votar também um direito político fundamental. Digo isto porque sei bem o tempo em que não podia votar”, afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas.

Habituado a votar na sede do grupo desportivo de Pirescoxe, povoação da freguesia de Santa Iria da Azoia, onde vive, a pandemia fez com que nestas eleições presidenciais Jerónimo de Sousa tivesse de deslocar-se ao Pavilhão Desportivo do Agrupamento de Escolas daquela freguesia de Loures, onde chegou às 10h05, tendo exercido o seu direito de voto cerca de dez minutos depois, na secção 6. Neste local de voto, à semelhança de outros por todo o país, foi criado um circuito que faz com que quem chega para votar não se cruze com quem já o fez, foram colocados dispensadores de álcool gel e há funcionários da Junta de Freguesia a encaminharem os eleitores para as respetivas secções de voto.

No período da manhã em que o secretário-geral do PCP votou, a afluência de eleitores manteve-se constante, sem a formação de grandes filas. Jerónimo de Sousa recordou que esta é “uma zona e uma freguesia que ao longo destes 45 anos [desde que há eleições livres em Portugal] sempre tem participado de uma forma muito elevada em todos os atos eleitorais”. “Eu diria que parece quase uma situação normal. É bom sinal e é importante”, afirmou.

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O secretário-geral do PSP sentiu “as pessoas assumem este ato com uma naturalidade tão grande, que resulta desta facilidade de circulação”. Numa altura em que o país vive um novo confinamento geral, Jerónimo de Sousa reforçou a importância de os portugueses saírem de casa para exercerem o seu direito de voto, lembrando tratar-se do “exercício de um direito fundamental, a eleger e ser eleito”.

“Não é para passar aqui o dia todo”, afirmou.

Quanto a um possível adiamento do ato eleitoral, devido à pandemia da Covid-19, o líder comunista recordou que “a Constituição da República tem prazos, define os trâmites deste processo eleitoral”. Jerónimo de Sousa alertou que, “obviamente, a Constituição da República tem inimigos, não só por causa da Democracia política, de eleições livres, de eleger e ser eleito, do exercício do voto, o exercício de cidadania, a par de outros direitos fundamentais, no plano social, no plano cultural, no plano da afirmação da nossa soberania”.

“Não é o prazo que os preocupa, não é o prazo que os incomoda, a esses inimigos da Constituição, é a Constituição em si mesmo que os incomoda, no acervo dos direitos fundamentais para os trabalhadores e para o povo, que a nossa Constituição reconhece”, defendeu.

O líder do PCP desafiou esses “inimigos da Constituição” a que “não sejam hipócritas” e que “digam ao que vêm”: “querem de facto rever, rasgar partes da Constituição da República, não têm é coragem de o dizer. “E, por isso mesmo, a melhor forma de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição é permitir que os portugueses votem”, disse.