Depois de mais uma derrota na Premier League frente ao (de novo) surpreendente Leicester, o Chelsea recebia o Luton Town, uma equipa de meio da tabela do Championship, na quarta eliminatória da Taça de Inglaterra. Pela diferença de valia, pelos objetivos e pelos diferentes escalões que ocupam no futebol inglês, os visitados estavam obrigados a ganhar a não facilitaram, vencendo por 3-1 com um hat-trick de Tammy Abraham num onze com várias poupanças à mistura. E tudo parecia mais tranquilo antes da receção ao Wolverhampton de Nuno Espírito Santo na quarta-feira, a contar para a Premier League. No entanto, agora não se sabe sequer quem será o treinador do conjunto de Roman Abramovich nesse jogo e daí para a frente. Frank Lampard, esse, não será.

Frank Lampard regressa ao Chelsea como treinador para as próximas três épocas

Se num dos topos de Stamford Bridge, atrás de uma das balizas, continua afixado o cartaz In Frank we trust. Then. Now. Forever, a prática é bem diferente. Ou melhor, no sentido literal o antigo médio ficará para sempre como um dos melhores ex-jogadores na história do clube e como um dos ex-capitães com mais troféus conquistados pelos blues. Como treinador, não ganhou qualquer título. E resistiu apenas 18 meses até ser despedido por uma das formações inglesas que menos respeita a tradição de manter a estabilidade no comando técnico da equipa.

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Depois de uma temporada de 2019/20 em que não fez qualquer contratação pelo castigo imposto pela UEFA mas conseguiu a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, foi à final da Taça de Inglaterra (derrota com o Arsenal), perdeu a Supertaça Europeia no prolongamento com o Bayern e chegou aos oitavos da Champions, a falta de resultados numa época de grande investimento acabou por ser um pecado capital de quem ia mantendo um discurso de projeto a médio prazo nas conferências sendo liderado por uma administração que pretende resultados no imediato. Assim, o atual nono lugar na Premier League, a cinco pontos do quarto lugar e a 11 da liderança, levou à demissão, estando ainda nos oitavos da Taça de Inglaterra e nos oitavos da Liga dos Campeões. Nem o facto de estar ainda a adaptar alguns reforços, sendo o caso de Kai Havertz o maior exemplo disso mesmo, nem ter apostado em jovens de sucesso como Mason Mount ou Abraham serviram de “atenuante”.

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Ao todo, Frank Lampard ganhou uma Liga dos Campeões, uma Liga Europa, três Campeonatos, quatro Taças de Inglaterra, duas Taças da Liga e duas Supertaças, num total de 13 títulos. Como treinador, e depois de um início de carreira no Derby County, o antigo internacional não conquistou ainda qualquer troféu. No sentido inverso, o mais do que provável sucessor, Thomas Tuchel, só tem títulos como técnico: uma Supertaça da Alemanha pelo B. Dortmund e duas Ligas, uma Taça da França, uma Taça da Liga e duas Supertaças pelo PSG, por quem chegou ainda à final da Liga dos Campeões antes de sair e dar lugar ao argentino Mauricio Pochettino.