O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou esta quarta-feira o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e defendeu que é uma responsabilidade coletiva recordar e agir para prevenir o ódio e a segregação.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado evoca Aristides de Sousa Mendes, que enquanto cônsul-geral em Bordéus, França, em 1940, salvou milhares de judeus e outros refugiados do regime nazi emitindo vistos à revelia do Governo de António de Oliveira Salazar, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática.

Na passagem de mais um aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau, e associando-se à iniciativa da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o Presidente da República lembra a responsabilidade coletiva de recordar e agir na prevenção do ódio e da segregação, neste Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto”, lê-se na mensagem.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que “esta é também a oportunidade para reafirmar o compromisso com o legado de Aristides de Sousa Mendes” e que há que manter fidelidade “aos valores que a sua memória representa na defesa da dignidade da pessoa, no combate ao estigma e à discriminação racial ou religiosa”.

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Nesta nota, “o Presidente da República saúda ainda a edição especial do Diário da República Amarelo de hoje [desta quarta-feira], na versão em papel, homenageando todas as vítimas do Holocausto”.

Há um ano, Marcelo Rebelo de Sousa participou no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém, e afirmou que a sua presença naquela cerimónia era “um imperativo moral, um imperativo ético” e que significava “a solidariedade do povo português relativamente aos seis milhões de vítimas” do genocídio nazi.

“Nós não esquecemos, isto não se pode repetir”, afirmou na altura aos jornalistas, após a cerimónia, alertando que o antissemitismo “pode estar a regressar de outras formas, com outros tipos de discriminações, e de racismo e de violência e de xenofobia nos tempos de hoje”.

Em Israel, o Presidente da República teve a oportunidade de se encontrar com sobreviventes do Holocausto.

Parlamento português vai homenagear vítimas do Holocausto

O parlamento português homenageia e recorda na sexta-feira a memória das vítimas do Holocausto, com a votação de um voto de pesar na Assembleia da República.

O voto só será votado na sexta-feira, mas foi anunciado esta quarta-feira, na página do presidente no site da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, dia em que se assinala o dia internacional em memória das vítimas do Holocausto, instituído em 2005 pelas Nações Unidas e celebrado anualmente a 27 de janeiro, data em que, em 1945, se deu a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.

Em 27 de janeiro de 1945, as tropas soviéticas descobriram o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, o maior da Europa ocupada pela Alemanha nazi e onde foram mortos cerca de 1,1 milhões de pessoas, dos quais perto de um milhão de judeus.

Mais de seis milhões judeus europeus foram mortos pelos nazis no decurso do Terceiro Reich.

A larga maioria foi morta no campo da morte de Auschwitz, construído pelo regime nazi em território polaco, mas outros prisioneiros não judeus, incluindo polacos, Roma (ciganos), e soldados soviéticos também se encontram entre as vítimas deste antigo complexo.

Cerca de 192.000 judeus viviam na Áustria antes da II Guerra Mundial. Após a anexação da Áustria pela Alemanha nazi em 1938, apoiada entusiasticamente por muitos austríacos, mais de 100.000 judeus fugiram do país.