O Arsenal anunciou esta quarta-feira a contratação, a título de empréstimo, de Martin Odegaard, médio norueguês que faz parte dos quadros do Real Madrid. O jogador de 22 anos vai ficar em Londres até ao final da temporada e reencontrar Dani Ceballos, outro médio que também está emprestado pelos merengues aos gunners.

Na primeira entrevista como jogador do Arsenal, Odegaard explicou que o treinador Mikel Arteta foi muito importante na decisão de aceitar mudar-se para Londres. “Claro que falei com ele antes de vir. Isso foi muito importante para mim e ele parece um treinador de topo. Gostei das ideias dele, da forma como vê o futebol e da forma como atua. Deu-me sensações ótimas e isso foi importante para mim para vir para cá. Ele foi crucial. Sempre que vais para um lugar novo, queres ter a certeza de que está tudo bem e de que existe um plano. E aqui tudo me parece bem. Gosto do clube e sempre gostei da forma como o clube quer jogar. É um clube que se adapta bem a mim, é um bom encaixe”, disse o médio.

No início da temporada, Odegaard tem sido notícia nos jornais espanhóis pelos piores motivos — mas não necessariamente por responsabilidade própria. O jogador tem sido apresentado como o mais recente nome de uma lista já extensa de jovens promessas que Zidane, enquanto treinador, não consegue aproveitar: e onde se incluem o próprio Ceballos, Reguilón, Marcos Llorente e muitos outros. O técnico francês tem sido alvo de várias críticas por dar poucas oportunidades aos jogadores mais novos e Odegaard, desde o início da época, sofreu com isso mesmo.

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O médio norueguês começou a carreira no Strømsgodset, no país natal e em cuja equipa principal se estreou com apenas 13 anos, sendo ainda o jogador mais novo que alguma vez competiu no principal escalão da Noruega, com 15 anos e 118 dias. Com os mesmos 15 anos, cumpriu a primeira internacionalização pela seleção e é, até hoje, o norueguês mais novo a ter representado o país. Em 2015 e já 16 anos, voou para Espanha para fazer parte do Real Madrid Castilla, a equipa B dos merengues — treinada, na altura, por Zidane. Estreou-se na equipa principal em maio do mesmo ano, pela mão de Carlo Ancelotti e para substituir Cristiano Ronaldo aos 58 minutos de uma goleada contra o Getafe, tornando-se o jogador mais novo a atuar pelo clube espanhol, com apenas 16 anos e 157 dias. Ainda muito jovem, foi naturalmente emprestado a outros clubes para ganhar minutos e competição: passou duas temporadas no Heerenveen, da Holanda, outra nos também holandeses do Vitesse e, finalmente, uma na Real Sociedad.

Foi no País Basco, em 2019/20, que acabou por chamar a atenção do Real Madrid, a quem ainda estava contratualmente ligado. Fez 36 jogos ao longo de toda a temporada, marcou sete golos e foi um elemento preponderante na equipa de Imanol Alguacil que terminou a liga espanhola no sexto lugar, apurando-se assim para a Liga Europa. Foi chamado de volta aos merengues, onde reencontrou Zidane, e pareciam estar reunidas todas as competições para ter finalmente sucesso vestido de branco. O destino, porém, tinha uma ideia contrária. Desde o início da época, Odegaard fez apenas nove jogos e não marcou nenhum golo, estando longe das opções prioritárias do técnico merengue. A quarta saída, novamente por empréstimo, tornou-se inevitável.

Martin Odegaard, internacional pela Noruega em 25 ocasiões e com um golo pela seleção do país, vai assim reforçar o Arsenal de Mikel Arteta — clube onde chegou a treinar, ainda adolescente e antes de assinar pelo Real Madrid — e já treinou esta quarta-feira. Dono de recordes que o tornam um autêntico prodígio, o médio vai agora tentar provar que não é uma promessa eternamente adiada. Para já, em Londres, já ensinou uma coisa: a forma correta de pronunciar o próprio nome, ainda que aceite de bom grado e com um sorriso a versão anglo-saxónica.