A Rússia afirmou esta terça-feira que espera “muito em breve” um acordo com os Estados Unidos da América (EUA) sobre a prorrogação do importante tratado de desarmamento nuclear New START, que expira em 05 de fevereiro.

É notório que a Rússia e os EUA estão a fazer progressos evidentes e rápidos para o prolongamento do New START”, referiu o embaixador russo junto da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA, na sigla em inglês), Mikhail Ulyanov, na rede social Twitter.

O representante de Moscovo acrescentou: “Há razões para esperar que o correspondente acordo se torne uma realidade muito em breve”.

Ainda sobre o New START, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, assegurou terça-feira que este assunto “é agora o principal tema na agenda das relações bilaterais” entre Moscovo e Washington.

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Efetivamente, estão a acontecer neste momento contactos enérgicos, uma vez que o tempo que falta para o termo da vigência do tratado está a terminar de forma inusitada”, disse o porta-voz.

Dmitri Peskov sublinhou ainda que “a prorrogação vai ao encontro dos interesses dos dois países e também de todo o mundo”.

Entretanto, o Kremlin acrescentou terça-feira à tarde que a Rússia e os Estados Unidos trocaram documentos no sentido de prorrogar o tratado, bem como adiantou, sem revelar muitos pormenores, que os dois lados vão agora concluir as formalidades necessárias nos próximos dias.

O chefe do Conselho de Segurança da Rússia (CSR), Nikolai Patrushev, abordou na segunda-feira a questão do tratado New START com o assessor para a área da segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, durante uma conversa telefónica.

Patrushev e Sullivan discutiram o prolongamento do tratado e “futuras medidas” para reduzir e limitar o armamento estratégico ofensivo, segundo um comunicado emitido pelo CSR nesse mesmo dia.

No dia seguinte à sua investidura, ocorrida no passado dia 20 de janeiro, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs à Rússia prorrogar o importante tratado por cinco anos, argumentando então que o protocolo ia ao encontro do “interesse nacional”.

Nos últimos meses, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, tem apelado insistentemente para que exista um diálogo com os EUA, de forma a prolongar este tratado “pelo mesmo por um ano”.

Putin também tem assegurado que Moscovo está disponível para incluir nas negociações o novo míssil hipersónicodesenvolvido pela Rússia que, segundo o líder do Kremlin, é “único” no mundo e é capaz de iludir o escudo antimísseis norte-americano.

O tratado New START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) foi assinado em 08 abril de 2010 (entrou em vigor em fevereiro de 2011) pelos então Presidentes norte-americano e russo, Barack Obama e Dmitri Medvedev, respetivamente.

O documento foi firmado com o intuito de limitar a produção de armas nucleares, por exemplo, reduzir as ogivas nucleares para 1.550 por país e limitar a 700 os mísseis intercontinentais (instalados em terra, em submarinos e em bombardeiros).

Moscovo e Washington, que assinaram o seu primeiro tratado de controlo de armamento em 1972, possuem 90% de todas as armas nucleares existentes no planeta.