O Brasil gerou 142.690 novos empregos com contrato de trabalho em 2020, o terceiro ano consecutivo em que a criação de empregos supera as demissões, mas o pior resultado desde 2017, anunciou esta quinta-feira do Ministério da Economia do país.

O resultado foi o produto de 15.166.221 contratações, contra 15.023.531 demissões, no mercado de trabalho formal, e representa uma queda de 77,8% em relação aos empregos gerados em 2019, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.

De acordo com a mesma fonte, o saldo positivo responde às medidas de estímulo à economia adotadas pelo Governo brasileiro, como permitir a redução de horas e salários dos empregados, com parte dos rendimentos do trabalho compensada pelo poder público.

“Agora, com a maior pandemia dos últimos 100 anos, criámos 142 mil empregos”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a apresentação dos resultados.

Dos cinco setores analisados, quatro registaram crescimento nas contratações de empregados, com destaque para a construção civil, atividade que gerou mais de 112 mil empregos formais e a indústria (mais 95,5 mil).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Seguiram-se o agronegócio (61,6 mil) e o comércio (8 mil), e o único que fechou o ano no vermelho foi o setor de serviços, com 132.584 vagas fechadas em 2020.

Embora a geração de empregos formais no país tenha crescido desde junho, em dezembro as contratações sofreram um retrocesso, com a perda de 67.906 empregos.

Dezembro é um mês em que o Brasil historicamente regista dados piores. No mesmo mês de 2019, foram fechadas mais de 307 mil vagas de trabalho.

Apesar de ter gerado 142.690 empregos formais em 2020, o Brasil mantém elevado índice de desemprego (14,1% da população economicamente ativa), cifra que chega a catorze milhões dos seus 212 milhões de habitantes, enquanto outros quase quarenta milhões estão na informalidade.

Entre setembro e novembro de 2020, o desemprego no país subiu 2,9 pontos em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a população desempregada ficou estável em 14 milhões de pessoas, o número de pessoas que trabalham cresceu 4,8% em relação a agosto e atingiu 85,6 milhões de pessoas.

Esse crescimento, destacou o IBGE, deveu-se ao retorno dos brasileiros ao mercado de trabalho após meses confinados em função das restrições impostas para conter o avanço da covid-19, bem como ao aumento “natural” na contratação de pessoal típico no final do ano, principalmente no comércio.