O diretor dos Serviços de Saúde de Macau manifestou preocupação que uma desconfiança inicial sobre as vacinas comprometa a criação de uma barreira imunológica, considerada fundamental para o território, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira pelas autoridades.

Aquele que é também presidente do Conselho para os Assuntos Médicos, disse numa reunião plenária, na quarta-feira, “esperar que numa fase inicial da vacinação, a disposição dos residentes locais para a vacinação possa ser afetada por algumas notícias negativas (como efeitos secundários, alergias, etc.), pelo que a predisposição para administrar a vacina não será elevada”.

Se a taxa geral de vacinação em Macau não for ideal, não será possível criar uma barreira imunológica o que é determinante para o território”, acrescentou Lei Chin Ion.

O responsável aproveitou a reunião “para pedir aos membros do Conselho para os Assuntos Médicos para que possam promover a vacinação contra novo tipo de coronavírus”.

De acordo com o comunicado, o Governo de Macau “classificou os médicos e profissionais de saúde da linha da frente como indivíduos prioritários, sendo que o presidente espera que os membros do Conselho possam aproveitar o aumento a sua experiência e conhecimento sobre as vacinas para participarem da publicidade e promoção da vacinação”.

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Macau deverá iniciar a vacinação contra a Covid-19 até final de março, sendo esta gratuita também para estudantes e trabalhadores não-residentes.

Para reduzir as preocupações da população sobre as vacinas “e aumentar a disposição para vacinação”, o Governo de Macau já anunciou que “irá adquirir seguros para todos os residentes, na eventualidade de serem manifestadas reações adversas graves”.

A aquisição de seguro para as pessoas que administrem a vacina contra novo tipo de coronavírus também pode reduzir o risco de responsabilidade da equipa médica, até certo ponto, por administrar a vacina”, sublinharam as autoridades.

“A aquisição de um seguro de vacina não significa que a vacina contra o novo tipo de coronavírus seja perigosa e insegura, mas fornece uma proteção e segurança adicional ao público”, acrescentou.

A vacina será disponibilizada pelos Serviços de Saúde de forma voluntária e, “tendo em consideração o custo de aquisição da vacina, o Governo estabeleceu um valor de 500 patacas para cada beneficiário”, que inclui a compra de duas da vacina e os custos do seguro.

Os indivíduos que tenham de suportar este custo, o preço do seguro está incluído”, informaram as autoridades.

Macau vai receber 400 mil doses de cada uma de três vacinas encomendadas à farmacêutica chinesa Sinopharm, ao laboratório britânico AstraZeneca e à BioNtech/Pfizer.

Numa primeira fase, serão vacinadas as pessoas consideradas prioritárias ou de alto risco, como profissionais de saúde, agentes da polícia, bombeiros, profissionais da aviação e transportes públicos e também trabalhadores do setor da alimentação, além de pessoas que tenham de viajar para zonas endémicas.

Macau é dos territórios mais seguros no mundo na estatística sobre a pandemia. Apenas contabilizou 47 casos e não registou qualquer morte ou surto local.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.