O atual líder do grupo extremista, nacionalista, islamofóbico, misógino e associado à extrema-direita Proud Boys tem um passado de colaboração com as autoridades norte-americanas. Enrique Tarrio colaborou, em particular, como “informador para forças policiais locais e federais”, entre as quais o FBI.

A notícia é avançada pela agência Reuters, que cita uma “transcrição de um julgamento em tribunal federal” de 2014 a que teve acesso. A colaboração de Tarrio com as forças de segurança como informador infiltrado seria regular ao longo de pelo menos três anos, entre 2012 e 2014. Isto, apesar de Tarrio negar hoje ter sido informador das autoridades, dizendo não se “recordar de nada disso”.

De acordo com este documento, uma transcrição de uma audiência num tribunal federal de Miami, um procurador, um agente do FBI e o próprio advogado à época de Enrique Tarrio terão dado detalhes sobre o seu trabalho enquanto informador das forças de segurança. A colaboração de Tarrio terá ajudado as autoridades naqueles anos a acusar 13 pessoas envolvidas em crimes relacionados com drogas, jogo ilegal e tráfico humano.

Esse passado de colaboração com as autoridades do atual líder do grupo extremista Proud Boys era até hoje desconhecido. No início deste mês Enrique Tarrio foi detido pela polícia, por suspeitas de ter queimado uma bandeira do movimento Black Lives Matter que estava afixada (antes de ser rasgada) numa igreja histórica e frequentada tradicionalmente por população negra de Washington. Quando foi detido, Tarrio teria na sua posse cartuchos de armas de fogo de “grande porte”.

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O grupo extremista que Tarrio lidera teve cinco membros detidos na sequência da invasão de apoiantes de Donald Trump ao Capitólio. A detenção do líder, ocorrida poucos dias antes, não impediu o grupo de se organizar e participar na invasão.

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