Uma celebração emocionada, com dedos apontados para o céu antes dos abraços aos companheiros. Uma saída com uma salva de palmas que chegou a parecer que havia público na Luz, com longos cumprimentos de técnicos, companheiros de equipa e diretores. Aqui e ali, uns momentos em que as lágrimas ameaçaram ganhar à expressão de alegria pelo golo e emoção pelo momento. Franco Cervi voltou a festejar um remate certeiro um ano depois mas não foi uma celebração qualquer, ficando no ar a ideia que o argentino está mesmo de saída do Benfica após uma proposta do Celta de Vigo que deverá ter ganho às outras abordagens que estavam em cima da mesa.

Rafa, um mestre no b(r)ilhar às três tabelas (a crónica do Benfica-Belenenses SAD)

Num encontro onde voltaram de forma natural aos triunfos frente ao Belenenses SAD e em que Rafa voltou a estar ao melhor nível com o segundo encontro a marcar e assistir na presente temporada, os encarnados conseguiram o apuramento pela terceira época consecutiva para as meias-finais da Taça de Portugal, algo que alcançou em mais de metade das participações (61%), e numa caminhada com três vitórias largas sem consentir qualquer golo (5-0 ao Vilafranquense, 4-o ao Estreça da Amadora, 3-0 ao Belenenses SAD). No entanto, e de forma quase inevitável, a ausência de Jorge Jesus acabou por ser o tema principal no final da partida, com João de Deus, adjunto que foi esta noite o número 1 da equipa técnica, a deixar rasgados elogios ao seu chefe de equipa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Aproveito, uma vez que na primeira questão está a falar do mister, para, em nome do grupo, dedicar esta vitória ao mister, ao nosso presidente e aos profissionais do Benfica que não puderam estar no local de trabalho nos últimos dias pelos motivos que tão bem se percebem”, começou por dizer na flash interview da TVI.

“Vou repetir aquilo que já disse e fiz uma vez no Brasil, numa ocasião [Bahia fora, quando Jesus estava castigado]: as dificuldades são as de não ter aquela figura que é o meu chefe, da pessoa para quem olhamos e sentimos o conforto de a ter ali. Essa foi a principal dificuldade, não ter a referência. Mas o mister nunca facilita e o trabalho está preparado previamente. Só tenho a agradecer ao mister, que mesmo nesta situação não abdica de fazer o trabalho de preparação, dá aos jogadores e staff o conforto de vencer este adversário com qualidade, numa vitória inequívoca de uma equipa que foi superior mesmo com alguns deles só com um treino, o de ontem [quarta-feira], que vieram aqui, jogaram 90 minutos e estiveram a um bom nível. Isso deixa-nos satisfeitos”, enalteceu, recordando as situações de Gilberto, Vertonghen, Grimaldo e Waldschmidt (que esteve em duas sessões).

Apesar destas palavras, João de Deus revelou que ainda não se sabe se Jorge Jesus estará presente no banco de suplentes no próximo encontro das águias, em Alvalade frente ao líder Sporting, que tem nesta fase mais seis pontos do que o Benfica. “Não lhe posso dizer absolutamente nada porque também não sei, sinceramente. É o departamento médico do clube que tem de esclarecer, nós só temos de fazer o que fizemos até aqui, no meio da tempestade ir conseguindo sobreviver, fazer das fraquezas forças. É isso que temos vindo a fazer. Bem merecemos, por tudo aquilo que temos passado”, completou o técnico adjunto que acompanha Jesus desde a sua passagem pelo Al Hilal, da Arábia Saudita, seguindo depois para o ano de todas as conquistas no Flamengo.