O sistema de triagem às ambulâncias em espera no Hospital de Santa Maria está pronto e já começou a avaliar doentes que esperaram várias horas enquanto não havia vagas nas urgências.
O processo introduzido por uma equipa do INEM e da Proteção Civil tem como objetivo reduzir o tempo de espera dos doentes que ficam várias horas dentro das ambulâncias a aguardar vaga nas urgências do hospital. Esta medida surge depois de o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte realçar que 85% dos doentes em espera nas ambulâncias podiam ser atendidos noutros serviços.
Esta triagem, que devia ter começado por volta das 9h da manhã, foi adiada para o meio-dia, mas só teve início por volta da 13h00.
A fila do serviço de urgências de Santa Maria chegou a ter 40 ambulâncias em espera. Esta manhã, segundo a rádio Observador, eram 20 as ambulâncias que permaneciam à porta, a primeira na fila estava já há 24 horas à espera.
Uma realidade atestada ontem à noite à Rádio Observador pelo comandante dos bombeiros da Ajuda, Fernando Azevedo – cuja corporação tinha duas ambulâncias na fila.
“O cenário que se tem vivido é um cenário de lamentar”, disse, pedindo à tutela que encontrasse soluções rápidas para um cenário que já previa vir a acontecer. E lembrando que a maior parte destes doentes têm pulseiras verdes.
Nas contas do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, são 85% os doentes que podem ser atendidos noutros serviços. Por isso, segundo anunciou Daniel Ferro esta noite, vai passar a haver no Santa Maria uma equipa do INEM e outra da Proteção Civil para fazer uma “pré-triagem das situações”.
“Se for uma situação que se justifica no acesso aos cuidados do hospital, esse acesso vai ser feito e é feito com mais tranquilidade. E foi já combinado com a ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde] de Sete Rios e o ACEs de Odivelas que vão receber todas aquelas situações para as quais eles têm cuidados de igual qualidade”, disse.
A maior parte dos doentes vêm desviados de hospitais que não têm capacidade para os receber, mas muitos nem deviam ter ido parar às urgências. Profissionais dizem que é preciso mudar protocolos.
Porque é que há tantas ambulâncias à porta do Hospital de Santa Maria?