Imagens captadas em vídeo que mostram agentes da polícia a usar gás pimenta contra uma criança afro-americana de nove anos, na cidade de Rochester, Nova Iorque, estão a provocar nova vaga de indignação contra as forças da ordem.

Segundo o chefe adjunto da polícia, Andre Anderson, a criança, cuja identidade não foi revelada, sofre de perturbações mentais, e aparentemente ameaçava querer matar a mãe e suicidar-se a seguir.

Os factos ocorreram na sexta-feira, quando a polícia foi chamada ao local onde se encontrava a menina, que resistiu à detenção quando foi algemada, tendo os agentes usado gás pimenta para a obrigar a entrar na viatura.

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As imagens captadas pelos agentes de Rochester foram publicadas no domingo pela Polícia Municipal de Rochester, Estado de Nova Iorque.

As forças de segurança afirmam que foram obrigadas a usar o gás para “garantir a segurança da própria rapariga”.

Apesar das explicações, a presidente da autarquia de Rochester, Lovely Warren, afro-americana, condenou o uso da força contra uma criança prometendo um inquérito interno sobre as práticas policiais.

Eu tenho um filho de dez anos, é uma criança. É um bebé. Como mãe, este vídeo não é algo que se queira ver”, disse a presidente da Câmara em conferência de imprensa.

Trata-se da segunda vez em menos de um ano que a polícia de Rochester é acusada de violência contra afro-americanos. Em março de 2020, Daniel Prude morreu após ter sido alvo de agressões por parte de agentes.

O homem ficou em estado de coma e deixado no chão não tendo resistido aos ferimentos em virtude das agressões.

Antes de lhe baterem os polícias taparam-lhe a cabeça com um pano a que chamaram “capuz de cuspe” porque Prude terá cuspido aos polícias afirmando que estava infetado com Covid-19.

A morte de Daniel Prude, que também sofria de perturbações mentais, desencadeou uma série de manifestações contra a violência policial nos Estados Unidos.