A transportadora aérea low cost Ryanair deverá terminar com um prejuízo entre 850 milhões e 950 milhões de euros o ano fiscal que termina no final de março, confirmou a empresa esta segunda-feira num comunicado onde reconhece que a pandemia está a causar o “caos” no setor – embora antecipe um “verão razoável” para o negócio.

Estes são, de longe, os maiores prejuízos de sempre da Ryanair, cinco vezes mais do que as perdas registadas no exercício de 2009, em plena crise financeira internacional, recorda a Reuters. “A Covid-19 continua a causar o caos em todo o setor”, escreveu Michael O’Leary, presidente-executivo da companhia, acrescentando que “o exercício de 2021 vai continuar a ser o mais difícil da história da Ryanair, que tem 35 anos”.

A expectativa de Michael O’Leary, transmitida esta segunda-feira aos investidores, é que é previsível alguma recuperação no trimestre entre julho e setembro (o segundo trimestre fiscal para a empresa). Depois, nos dois trimestres entre outubro e março, a expectativa é de um regresso a níveis que poderão equivaler a entre 70% e 90% do que se consideraria normal – “acreditamos que será possível, no próximo inverno, voltar a alguma coisa que se assemelha à normalidade”, escreveu a empresa.

Até lá, porém, também existe algum otimismo. “Estamos esperançosos de que, na aproximação ao verão, iremos ver os confinamentos a serem relaxados – e há muita procura reprimida por aí. Penso que poderá ser um verão razoável”, assinala a Ryanair, garantindo aos investidores que a liquidez da empresa não é um problema e confiando que há muitas pessoas que estão desejosas de viajar assim que seja seguro.

A Ryanair tem sido considerada pelos analistas uma transportadora comparativamente bem posicionada para beneficiar de uma eventual recuperação no setor, já que tem uma posição financeira sólida, com recursos próprios acumulados que permitem aguentar a crise, e porque não é tão focada no mercado das viagens empresariais, que se prevê recuperar mais lentamente do que o resto do mercado.

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