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Centro de Saúde de Alvalade, em Lisboa, arranca nova fase de vacinação. "Sei que a única solução é esta e aqui vou eu"

Este artigo tem mais de 3 anos

António Videira, 70 anos, e é um dos primeiros a ser vacinado no Centro de Saúde de Alvalade. "Não estaria a ser honesto se dissesse que não tenho medo, mas a alternativa é continuar com medo".

António Videira, 70 anos, e é um dos primeiros a ser vacinado no Centro de Saúde de Alvalade.
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António Videira, 70 anos, e é um dos primeiros a ser vacinado no Centro de Saúde de Alvalade.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

António Videira, 70 anos, e é um dos primeiros a ser vacinado no Centro de Saúde de Alvalade.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

“Sei que a única solução é esta e aqui vou eu”. A motivação para a toma da primeira dose da vacina contra a Covid-19 é de António Videira, mas podia ser de qualquer um dos utentes que vão chegando ao Centro de Saúde de Alvalade, em Lisboa, ao longo da manhã. “Não estaria a ser honesto se dissesse que não tenho medo, mas a alternativa é continuar com medo”, continua o septuagenário que aqui chegou depois de um telefonema: “Não recebi nenhuma mensagem, ligaram-me e tive a sorte de atender logo”.

“O processo de chamada dos utentes começou há uma semana, mas as listas com o nome dos utentes prioritários foram-nos enviadas no começo de janeiro pela Direção Geral da Saúde”, explica Mariana Freire, a médica que está a coordenar todo o processo de vacinação neste que é um dos primeiros centros de saúde do país a vacinar os maiores de 80 anos e os adultos com 50 ou mais anos e doenças associadas. É o caso de António: “Tenho doenças coronárias e um edema no pulmão”.

O processo começa na rua. Quem chega para ser vacinado identifica-se junto ao segurança do centro de saúde e espera, ali mesmo, até ser chamado. Numa segunda fase, já dentro do edifício, os utentes esperam dentro da sala de espera até serem encaminhados para uma das salas de vacinação, espaços amplos e onde é vacinado um doente de cada vez, no máximo dois.

Pode ouvir aqui a reportagem da Rádio Observador:

António aceitou vacina porque é “única solução”

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Carlota Sousa é a enfermeira que vai administrar a vacina a António Sousa. Enquanto o utente vai arregaçando a manga da camisa, a profissional explica-lhe que vai precisar “do braço que ele usa menos”. “É o esquerdo”, responde prontamente, antes de lhe ser explicado que “qualquer vacina, independentemente de ser a da Covid-19 ou de outra coisa qualquer, pode provocar um altinho, um durão no braço ou vermelhidão”. António vai respondendo que sim a tudo, afinal “nós tomamos tantas vacinas que isto não é propriamente novidade”, diz em tom divertido.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

A explicação dos possíveis efeitos secundários é outro dos aspetos que a enfermeira se preocupa em explicar de forma clara e pausada, garantindo que o utente percebe o que tem que fazer em caso de eles virem a surgir. “Pode vir a ter febre e se isso acontecer, faz um Ben-u-ron. Se o braço ficar a doer, ponha gelo”.

Terminada a lista dos efeitos secundários que “qualquer vacina pode dar”, Carlota Sousa afunila na direção desta vacina em específico: “A vacina não provoca doença. Se por acaso tiver um teste positivo à Covid-19 daqui a dois ou três dias, significa que já estava infetado no dia em que fez a vacina”.

As primeiras injeções foram administradas logo às 8h30 da manhã, antes de começar o corrupio de jornalistas que aqui foram chegando à hora marcada pelo primeiro-ministro. António Costa, Marta Temido, ministra da Saúde, e Duarte Cordeiro, secretário de estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador da resposta à pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo, alinharam-se com vários profissionais de saúde para falarem aos jornalistas numa sala exígua, quente e sem condições de arejamento.

Não tardaram a passar a primeira mensagem que tinham prevista: “Não vale a pena termos excesso de ansiedade ou ir a correr para os serviços de saúde pedir a vacina. Cada um será contactado para, no momento próprio, receber a sua”, pediu António Costa. Se o primeiro ministro quis tranquilizar a população, a ministra da Saúde quis tranquilizar o próprio primeiro ministro, numa mensagem direta de todos os profissionais de saúde: “Aquilo que lhe queremos dizer, senhor primeiro-ministro, é que continuamos a lutar para dar o melhor resultado aos portugueses. Não sou eu que o digo, são as pessoas que estão aqui connosco, os senhores coordenadores [da unidade de saúde onde discursava]. Eles são o melhor exemplo daquilo que é a força e a vida do SNS, que vai superar esta prova que estamos a passar.”

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A fotografia do arranque desta nova fase de vacinação foi tirada depois de uma visita ao Centro de Saúde de Alvalade, sem que os jornalistas a pudessem acompanhar. As várias salas do primeiro piso desta unidade foram quase todas convertidas em espaços de vacinação e salas onde os vacinados esperam 30 minutos. “É o tempo de referência para se perceber se há efeitos adversos, felizmente nenhum dos utentes vacinados nas últimas horas teve reações inesperadas”, explica Mariana Freire ao Observador.

“Todos os vacinados já saem com o agendamento da segunda dose para daqui a 21 dias, com dia e hora marcada”, explica a médica o funcionamento deste processo que implica a toma de duas doses para que a imunização fique completa. António Videira já tem na mão o cartão que prova que já foi vacinado e que tem a data da próxima toma: “Não vou falhar esta data, disso pode ter a certeza”, diz sorridente ao mesmo tempo que se prepara para abandonar a cadeira onde esteve os últimos 30 minutos, sem registar efeitos secundários da vacina.

A saída de António Videira do Centro de Saúde de Alvalade fez-se num ambiente mais tranquilo do que o que se registou durante a manhã. A chuva que ia caindo em Lisboa obrigou por várias vezes as pessoas que iam esperando na rua pela sua vez de entrarem no edifício para serem vacinadas a abrigarem-se junto à porta. O número de utentes não permitia manter as distancias de segurança.

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