O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta quarta-feira que o país vive uma “situação grave” devido à Covid-19, admitindo a possibilidade e imposição de mais medidas restritivas para travar a propagação da doença.

“A pandemia de Covid-19 é um verdadeiro flagelo, sem precedentes, e Moçambique vive uma situação grave”, declarou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava numa comunicação à nação, a partir da Praça dos Heróis, em Maputo, por ocasião do feriado do Dia dos Heróis Moçambicanos, que se assinala esta quarta-feira.

Filipe Nyusi avançou que as novas infeções avançam a um ritmo acelerado, bem como as hospitalizações e o número de óbitos.

“O país está a ver-se na contingencia de [aplicar] medidas mais restritivas para a sua sobrevivência coletiva”, enfatizou.

O Presidente moçambicano disse que vai fazer uma nova comunicação à nação na quinta-feira sobre a situação da pandemia de Covid-19 no país.

Ainda no discurso desta quarta-feira, Filipe Nyusi felicitou o empenho dos profissionais da saúde pelo seu incansável empenho na prestação de cuidados aos doentes de Covid-19, assinalando o compromisso incondicional dos recursos humanos do Sistema Nacional de Saúde (SNS) na proteção da vida.

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Moçambique contabiliza 403 mortes por Covid-19 e um total acumulado de 40.260 casos, dos quais 62% estão recuperados e outros 307 internados (68% na cidade de Maputo).

Só no primeiro mês deste ano, o novo coronavírus provocou 201 mortes, ou seja, cerca de metade (49,8%) das 403 que o país acumula nos registos oficiais desde o início da pandemia.

Moçambique registou em janeiro 20.012 casos de Covid-19, o que equivale também a cerca de metade (49,7%) do total acumulado de 40.260 casos.

Os internamentos por Covid-19 subiram acentuadamente, provocando uma pressão acrescida sobre os serviços de saúde: em janeiro houve 887 internamentos, enquanto em todo o ano de 2020 tinha havido 801.

Isto faz com que a distribuição diária de entradas nas unidades de saúde chegue a ser cinco vezes maior: por exemplo, a 31 de dezembro de 2020 havia 54 pessoas internadas, enquanto no domingo, último dia de janeiro, havia 251.